“Tudo aquilo que você fizer em sua vida será insignificante. Porém, é importante que você faça, pois nenhuma outra pessoa fará por você.”
Sim, eu tinha uma escolha a fazer. Sabe, eu costumo acreditar que os pequenos instantes que a gente vive ao lado daqueles que amamos são os mais bonitos e impactantes. Momentos estes que vez em quando, nos passam despercebidos, mas hora ou outra, a saudade insiste em trazê-los para perto de nós como uma lembrança e ao mesmo tempo, como um aviso de que todos eles definem toda nossa história. E o nosso coração faz questão de preservar tudo isto bem no fundo de nossas almas. Porque quando a tempestade chega violentamente, são estes momentos, são estes pequenos instantes de segundos que nos protegem e acalmam o nosso peito.
Eu tinha uma escolha a fazer. Uma das escolhas mais difíceis da minha vida e eu não estava pronto para isto, na verdade, ninguém parece pronto.
Eu costumava observá-la dormir enquanto o sono não me visitava. Eu podia sentir a sua respiração calma em minhas mãos cada vez que acariciava o seu rosto macio. Ela é a coisa mais bonita que eu já havia tocado em toda minha vida. Seus olhos escuros eram o meu Porto Seguro onde eu costumava atracar umas dores. Seu sorriso largo e rosado era o meu néctar da vida. E o gosto do seu beijo me dava a mais pura certeza de que o paraíso não estava tão distante assim. Ela tinha o dom de enxergar as coisas boas dentro das pessoas, e mesmo descobrindo o meu lado ruim, me aceitou da mesma forma sem qualquer objeção. Éramos combustível um do outro como alma gêmeas que estavam destinadas a passar toda eternidade juntos.
Ela tinha a incrível façanha de saber como dizer que me amava sem sequer proferir uma palavra. Os seus olhos escuros já me contavam tudo. A gente sonhava em ter filhos e morar no interior do país em um lugar calmo onde o canto dos pássaros nos acordasse todas as manhãs com bonitas melodias. Nos casaríamos na praia ao pôr-do-sol daqui a alguns meses, e passaríamos nossa lua de mel onde os nossos corações desejassem ir logo após a cerimônia.
“Juntos para sempre”
Era o nosso trato.
Era o nosso segredo.
Era o nosso pacto.
Mas tudo aconteceu tão rapidamente que não houve tempo para assimilar as coisas. Eu não conseguia entender o que estava bem ali na minha frente. Apenas conseguia escutar um barulho ensurdecedor de sirenes se aproximando por toda parte e pessoas correndo em todas as direções. Dia 15 de Novembro de 2002 às 22:00 horas. Foi a última vez que a vi com os seus olhos escuros abertos, desde então, ela os mantêm selados por anos e costuma respirar calmamente em meus braços. Eu não podia deixá-la daquele jeito para sempre, eu precisava pôr um ponto final em sua dor. Na nossa dor.
O que eu aprendi em todos estes anos foi o quanto um pequeno instante de segundo, ou um rápido momento de distração, ou ainda um breve piscar de olhos podem mudar a sua vida. Pequenos momentos moços e moças, pequenos instantes de impacto que definem uma vida inteira; como uma batida violenta de carro ou um choque intenso de almas que ficarão grudadas para toda eternidade.
Eu tinha uma escolha a fazer. E não estava pronto. Acredito piamente que ninguém esteja e nunca estará.
Em memória de todos aqueles que já se foram.
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