Estamos assistindo surtos de histeria coletiva, que são os distúrbios psicológicos de certos grupos e indivíduos, isto é, “espasmos histéricos” que se manifestam na Internet e nas relações cotidianas.
Nesses surtos de ira os sujeitos ficam nervosos, e perdem o controle sobre suas emoções, disparando: olho vermelho, dedo em riste, respiração ofegante, gritos, etc.
Um exemplo disso foi o incêndio, recente, que atingiu a favela do Cimento, em São Paulo.
Enquanto famílias sofriam a perda das moradias atingidas pelo fogo, alguns motoristas que passavam pelo local, olhavam as chamas devorando a favela, e comemoravam com buzinaço e gritos de “vagabundos”.
Outro caso foi o de jovens negros, que foram impedidos de entrar desacompanhados dos pais ou responsáveis em um shopping no Espírito Santo.
Abordados pelos seguranças, com dedo em riste, eles tiveram que mostrar a carteira de identidade e foram informados que a “tal de proibição” se baseava em uma suposta liminar obtida pela instituição.
Há opiniões que acham que isso só ocorre na “cabeça dos histéricos.”
Porém, os sintomas são amplos, com reações tresloucadas, que espalham pânico e nos casos extremos a morte.
A disseminação irracional do pânico cria à necessidade de infelicitar e tornar a vida do outro ruim, pelo simples fato de ser pobre.
As emoções histéricas não se revelam apenas nas redes sociais, mas no ambiente econômico, escolar, profissional, de gênero, entre outros.
Os mais afligidos com esse “show de insensatez” são os pobres desempregados do campo e das cidades, os imigrantes/migrantes e os favelados, que são ofendidos no seu direito de habitar e de ir e vir.
É fácil justificar a ira contra os pobres, porque já estão submetidos à falta de educação básica, escassez de oportunidades de empregos, a perversa concentração de riqueza e a ausência de investimentos em políticas sociais, que criam condições de vida insuportáveis para milhões brasileiros.
Por esse motivo, que eles não têm tempo para os jogos egoístas e delirantes.
A histeria coletiva passa a sensação de que estamos vivendo uma distopia, que significa “lugar infeliz e ruim”, ou seja, o estado imaginário em que se vive sob condições de extrema opressão, desespero e privação.
A literatura distópica foi concebida por George Orwell e Aldous Huxley, que nos fornecem “analogias” para fazer a crítica social.
Assim como na ficção distópica e na vida real, o mau comportamento ou a estupidez explodem em histeria coletiva e na violência banalizada, que se aproveitam da necessidade de alívio psíquico e social de grupos e indivíduos.
Entretanto, quando o Estado Democrático de Direito pune esses surtos que agridem a vida das pessoas ou das comunidades, a partir daí os histéricos pedem desculpas.
Por isso, que parafraseei o título deste artigo, com o texto Judaico, que diz: “A ira começa com a loucura e acaba com arrependimento”.
Foto: Luis Mario, 39 anos, teve o filho e sobrinho barrados em shopping (Foto: Fernando Madeira/ A Gazeta)
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