Recentemente, pela ‘milésima’ vez, assisti ao filme “Sete dias com Marilyn”. Quanto mais leio e estudo sobre ela, mais vejo o quanto a psicologia e a terapia poderiam tê-la ajudado a olhar o mundo, e principalmente a si mesma, de outra forma.
Depois de uma infância passando de um lar para outro, de ter sido abusada, ela criou uma imagem para o mundo externo acreditando que esta a salvaria dos fantasmas que estavam dentro dela. Vê-se isso, claramente, pela sua falta de confiança no talento que tinha, na necessidade de ter sempre ao seu lado alguém que lhe dissesse o quanto era boa, o quanto era bonita, o quanto era talentosa e amada. Como sua assistente, médicos, parceiros e os maridos.
Seus maridos se casavam com a estrela, e não com a Norma, nome verdadeiro da atriz. E, depois de perceberem quem era a Norma, não tinham fôlego para lidar com seus fantasmas, suas dores, seus vícios e sua necessidade extrema de amor. E, no final, ela se via como sempre se viu: sozinha e deprimida.
E depois de tudo que passei, agradeço, diariamente, pela internet, pelos amigos que fiz, pelas oportunidades que tive e tenho de trabalhar com todos estes fantasmas. De conseguir me libertar da imagem que criei acreditando que, desta forma, me esconderia do passado, dos traumas, das dores…
Tudo estava tão enraizado, que demorei muito tempo para perceber (e ainda estou trabalhando nisso) que amor, reconhecimento, talento, precisam ser reconhecidos e trabalhados primeiro dentro de mim. E, depois, dividir com os outros. E não tentar que os outros me tragam isso. Ninguém é capaz de fazer isso.
Se eu não me amar, me respeitar, me admirar, reconhecer meus talentos, por mais que milhares de pessoas a minha volta me digam tudo isso repetidas vezes, eu nunca vou acreditar. E é isso que Osho, a Yoga e a terapia têm me feito descobrir a cada dia: o Universo está dentro de mim, o amor está dentro de mim, o talento está dentro de mim. E sou eu quem devo ter a convicção disso antes de qualquer pessoa.
Eu tenho que ser boa o suficiente para mim, amar minhas qualidades e trabalhar nos meus defeitos. Ser a Kássia de verdade e não a que esperam que eu seja. Só assim serei amada, respeitada, reconhecida pelas pessoas que amo e pelas pessoas a minha volta. Não deixe sua vida passar sem amar a si mesmo. Não existe nada mais belo que o amor próprio, o autoconhecimento e a paz interior. O resto… bem… o resto é consequência.