A primeira vez que quebrei a cara, doeu. Doeu Muito, doeu forte, foi um soco inesperado.

E aí eu quebrei uma segunda, depois uma terceira… e aí percebemos que são incontáveis cagadas ao longo da vida e que isso é normal.

Mas não é normal insistir no erro. É essa a definição de loucura, caso você não saiba: tentar sempre a mesma coisa esperando resultados diferentes.

Dar murro em ponta de faca só vai te ferir. O pior é manter a insistência em um erro que afetará diretamente a vida de um, oito, de um mundo inteiro. Tudo depende do que? Da proporção da cagada.

Isso se aplica a muita coisa na vida, basta olhar ao seu redor, meu caro amigo. Os problemas na família, as dificuldades dos amigos apertados de grana, a política, o fanatismo.

O meio termo existe, mas há conflito por todo lado, erros previsíveis se concretizando e aquela eterna ladainha na tevê enquanto o pau quebra por trás do teatrinho.

Pois é, parece que uma carta pessoal tem também uma conotação mais ampla quando vamos mais a fundo e pensamos: por que? Como eu também deixei chegar a esse ponto?

Às vezes, confesso, sinto que o mundo todo parou de fazer sentido e a gente sentou no sofá, assistiu uma ou duas temporadas do seriado mais comentado do site mais badalado do momento.

O problema mesmo nem são as famosas coxinhas, as temidas pedaladas e petralhadas.

O problema nem está em quem temer ou em quem é a favor de barreiras e muralhas.

O problema somos nós.

Ju Umbelino, @umamineira no Instagram.

Esse texto estará no meu livro, que será lançado em breve.








A Ju escreve desde sempre e resolveu publicar recentemente. Tem a cabeça nas nuvens, um coração enorme, memória de passarinho e uma vontade gigante de ficar de boa.