Tão comum nos dias de hoje, a falsidade pode estar em qualquer lugar ou em qualquer relação, mas se tem um lugar onde ela está mais presente éno trabalho. Infelizmente, a fama do ambiente corporativo é das piores. E não é só fama não, é fato. Mas como acabar com a falsidade no trabalho?

O que é falsidade?

Conhecida como enganação, a falsidade é a falta de verdade e transparência. Acontece quando uma pessoa fala algo para você, mas na verdade sente ou pensa diferente. Essa falta de autenticidade revela não só uma cultura paternalista cheia de medos, privilégios mascarados e carências, como também uma cultura do status, ” celebridades ” ou “parecer que tem”. Existe um estímulo subliminar e inconsciente de ser o que não é e falar o que não sente.

Tudo bem? Tudo. Será mesmo? Manter as aparências e revelar o superficial ou o enganoso são mecanismos da falsidade intrínsecos em todos os seres vivos como defesas conscientes ou não.

Os mais radicais e pragmáticos podem pensar que é só demitir aquela pessoa falsa ou duas caras, mas não é bem assim. Estamos falando da falsidade enquanto atitude e comportamento e não enquanto julgamento. Logo, qualquer pessoa pode agir com falsidade e nem por isso ser considerada uma maça podre. Mesmo assim, a falsidade incomoda, prejudica e precisa ser eliminada constantemente.

Tudo começa com a cultura

Ter uma cultura com base em princípios e valores essenciais como a verdade e o ganha-ganha é o primeiro passo e esse direcionamento moral começa da estratégia e identidade da empresa, precisa estar no DNA, no fundo e, mais importante, precisa ser vivido no dia-a-dia, esclarecido, e reforçado constantemente.

Tudo começa de cima para baixo

Uma mudança de comportamento começa com o líder que primeiro precisa ser o que quer ver na sua equipe ou empresa.

Ser verdadeiro é o antidoto à falsidade. O problema é que ainda existem muitos líderes com medo de chamar atenção e se posicionar. Sem autoridade ( o que não significa autoritarismo), o líder jamais conseguirá combater a falsidade na sua equipe porque ele também não será verdadeiro.

Quantos líderes fazem vistas grossas ou, pior, agem com falsidade? Primeiro trabalhe seu fortalecimento interno e depois resgate a verdade. Deixe muito claro o valor compartilhado da verdade e da transparência.

Seja verdadeiro e fale com sinceridade. Simples assim. Esclareça o propósito (para que ser verdadeiro e transparente) porque é melhor o olho no olho, lembre que cada um veio de um sistema familiar ou de uma outra empresa com outra cultura! Não julgue, apenas seja firme quanto os princípios inegociáveis, inspire e convença do melhor caminho. Faça isso em grupo, em particular, aproveitando as reuniões e os encontros que deem oportunidade para reforçar a cultura da verdade.

Deixe claro também que para você é mil vezes melhor a verdade doída do que a falsidade. Faça um pacto de não puniçao, de não caçar culpados, mas de agir com maturidade, aprender e focar na solução.


Como evitar comportamentos ligados à falsidade?

– Conheça as pessoas da sua equipe. Sua história, sua família, seus valores…cada um carrega um sistema e um código moral consciente e inconsciente. Saber quem são e como se relacionam ajuda a identificar pontos de atenção e preparar oportunidades de desenvovlimento.

– Desenvolva e amadureça sua equipe. Depois de comunicar, esclarecer é hora de educar. A falsidade é sinal de imaturidade ou defesa. Descubra as causas, aprofunde, converse, escute ativamente e, principalmente, ajude a ampliar o nivel de consciência e a maturidade da sua equipe. Crie encontros de desenvolvimento ou contrate profissionais especializados. O Magazine Luiza, por exemplo, contrata a Elos360 há 14 anos para ajudar no fortalecimento da cultura, na melhoria do clima e no desenvolvimento de lideranças e equipes. Invista.

– Reforce atitudes e comportamentos esperados. Elogie as pessoas que agiram com sinceridade. Conte histórias de sucesso e aprendizagem que dizem respeito à sinceridade. Passe videos. Premie. Celebre e principalmente, dê seu exemplo.

– Resgate. Converse separadamente com aqueles que agiram com falsidade. Não julgue. Escute e entenda o que a levou a enganar. Pergunte o que aconteceria se fosse sincera, verdadeira e transparente. Ajude a pessoa a descobrir as coisas que a levaram àquela atitude falsa e pergunte se ela reconhece se já é um padrão , uma forma inconsciente de lidar com as situações ou relações. Ajude ela entender os impactos e os males que a falsidade provoca. Faça perguntas sobre novas atitudes, o que poderia ter feito de diferente com essa nova consciência?

– Tenha coragem de tomar decisão. Cada caso é um caso e tem casos irreversíveis. Tenha discernimento de saber quais são os inegociáveis e irreversíveis e tome decisão. Quando se descobre caso de falta de ética como roubo, por exemplo, é preciso tomar medidas da mesma intensidade. Acredito que ninguém manda embora um colaborador que pisou na bola, ele próprio, ciente da cultura, é que se demite!