Você já reparou como a relação a dois é superestimada entre os brasileiros? Pode parecer bobagem, mas a nossa sociedade associa felicidade com estar acompanhado, e julga os solteiros de forma cruel e opressora.

Eu não posso deixar de comentar que tenho visto uma verdadeira guerra de sexos sendo compartilhada na minha timeline, no Facebook, nas últimas semanas. Uma parte compartilha um texto dizendo que as mulheres estão sozinhas porque os homens não conseguem mais lidar com os avanços do sexo feminino.

A outra parte compartilha um texto que disserta sobre as mulheres estarem se tornando verdadeiras chatas e que estão sozinhas porque querem.

Será que ninguém vê? Ninguém pára e pensa que essa discussão toda é pura e simplesmente sobre os possíveis motivos pelos quais você está solteira?

E daí? Quem disse que eu ou você estamos preocupadas se é a mulher moderna ou o homem machista que tem causado certa discrepância nos relacionamentos modernos?

Será que ninguém vê que a moça e o rapaz que compartilham esses textos procuram desesperadamente motivos socialmente aceitáveis para explicar o porquê da solteirice?

E porque essa necessidade de explicar-se? Ninguém vê que a sociedade está transformando pessoas leves e felizes em inseguras e amargas?

Em tempos de relacionamentos exibicionistas, em tempos de casais se amando perdidamente no seu Instagram, e postando cada buquê de flores, cada ida ao cinema, e batata do Outback compartilhada numa terça à noite, é difícil mesmo não sentir-se pelo menos um pouco desestimulado na vida de solteiro. Ok.

Mas é aí que mora a graça. Você não ter que mostrar nada pra ninguém. O amar-se primeiro é o amar-se melhor que tudo. E todos.

A melhor parte de ser solteiro é viver a vida sem estar procurando por nada, é viver a vida deixando as coisas acontecerem de forma leve, sem cobranças.

Um amor de verão, depois um rápido affaire com aquela moça interessante do seu curso de MBA, ou aquela paixonite pelo amigo da sua amiga que está de partida para a Austrália.

E assim a vida vai sendo levada. Sem pensar muito, até o dia que você encontrar alguém que realmente faça seu coração bater mais forte.

Conheço muitos solteiros assim, que realmente não se importam e nem sentem-se abalados por esse julgamento maquiado da sociedade. Já tive namorados, já amei e já sofri quando acabou, mas nem por isso eu sou uma pessoa mais infeliz quando estou solteira.

Fico feliz por aqueles que realmente encontraram em alguém um conforto.

Sabemos que é gostoso. Mas chega de julgamentos e de textos guerra dos sexos. Chega de tanta nóia. Muita gente sozinha depois dos 30?

Sim. Muita gente namorando aos 20? Também. E quem se importa? Ninguém.

Existe amor em São Paulo sim, mas também existe gente mimizenta dando moral para esse tipo de texto que não acrescenta em nada. E muito, mas MUITO, drama sobre a vida amorosa alheia.








Bailarina fora dos padrões posturais, atriz sem sucesso, estilista mal compreendida, me formei por fim em Marketing e me especializei em Invenções Tecnológicas e Redes Sociais. Hoje trabalho, estudo e escrevo para falar menos sozinha. Adoro moda e simpatizo com pessoas pelo tênis que usam, antes mesmo de trocar um “olá”. Sou apaixonada por cinema, séries de tv, viagens, artes e animais. Prefiro ser chamada de “admiradora investigativa” do que “stalker profissional”.