Atração física e afeto são fundamentais, mas para que um relacionamento seja realmente bom, é preciso também que não haja disputa de poder entre os parceiros, que ambos sejam leais e acreditem na lealdade do outro e que tolerem mutuamente as características e opiniões de cada um. O casal que tem isso não se perde em cobranças e consegue viver feliz.
O que caracteriza uma boa relação amorosa – casamento ou namoro, homo ou heterossexual.
Em primeiro lugar, tem de haver equilíbrio, confiança e respeito. Atração física e bom sexo são fundamentais, claro. Mas se não estiverem associados a lealdade, admiração e aceitação das diferenças não serão suficientes.
Equilíbrio significa que os dois têm o mesmo poder. Ninguém manda ou obedece. Ambos são adultos e responsáveis. Podem brigar e discutir suas opiniões, mas aceitam as diferenças com maturidade, sem exigir que o outro pense igual. Se uma pessoa sente que o parceiro, por ter opiniões diversas, está contra ela, então não quer um companheiro, quer dominar, quer estar no controle.
Um casal equilibrado briga e faz as pazes, discute sem ofensas e até pode ter um tempo para o famoso D.R. (discutir a relação). Faz planos a curto e a longo prazo, do cinema à compra de uma casa. Sempre discutindo, concordando, divergindo. Cada um ganha o seu dinheiro, mas não há pão-durismo. Tanto faz quem ganha mais, um ajuda o outro quando é preciso, pois quem está junto é companheiro sempre, nos períodos de vacas gordas e de vacas magras.
Amar é também confiar e ser confiável. É ser fiel e leal, não mentir ou omitir informações sobre coisas importantes como dinheiro, outros relacionamentos, doenças. Afinal, um tem o direito de saber o que se passa com outro e de participar de decisões cruciais que o envolvam.
Mas não pode haver cobranças, pois quem ama respeita e se preocupa com os sentimentos do parceiro. Se ele está triste e calado, não fica insistindo para que fale e explique o que tem. Sabe que nessa hora o melhor é esperar. Se há confiança, ele falará quando puder – ou quiser. Aí, é ter paciência e ser um bom ouvinte, sem críticas ou conselhos. E se ele não quiser falar? Não tem tanta importância. Todos temos os nossos segredos. Num casal, cada um tem o direito de ter suas fantasias, mesmo sexuais, e de não contar tudo o que sente. Os dois precisam poder escolher os próprios amigos e sair com eles de vez em quando, ter um hobby, olhar para onde quiser, ter tempo só para si.
Um pouco de ciúme, vá lá, pois só não tem nenhum ciúme quem não tem amor. Mas sem exagero. O que não pode faltar é atração sexual – e ternura, e carinho. Amizade com sexo prazeroso é perfeito. Os dois precisam gostar de ficar sozinhos, curtindo a companhia um do outro, e de viajar, cozinhar, assistir filmes ou simplesmente ficar em silêncio juntos, cada um com seu hobby, com seu livro ou seu computador.
Sugiro que sejam delicados e ternos, que façam um pouco de romance, que tenham gestos de carinho, como trazer um presente fora de hora, dar um beijo inesperado. E que cuidem para não ferir a autoestima do outro, mesmo se engordar, ficar careca ou estiver sem dinheiro. Ao contrário, demonstrem sua admiração sempre que possível e jamais façam críticas na frente dos filhos ou dos amigos. Para completar, recomendo que se cuidem, para que fiquem bonitos, cheirosos e agradáveis para o seu amor.
É esse o relacionamento que desejo para meus leitores neste ano. Com muito amor, saúde, cumplicidade, carinho, sexo, dinheiro e, se possível, sem problemas.