Outro dia, vi uma cena comum: uma pessoa passeando com seu cachorro.

Acontece que o cachorrinho se interessou por algo no chão e logo tentou pegar. Seu dono, rapidamente, puxou a guia.
O cãozinho tentou lutar, dava para ver que ele queria muito aquele ossinho! Mas não adiantou.

O dono era mais forte, e o arrastou para longe.

E eis que o cachorrinho desistiu do osso e acompanhou de bom grado o seu dono.

Pensei: esse cachorrinho é muito inteligente! Mais que eu em alguns momentos!

Por que?

Ele queria muito aquele osso. Mas, por algum motivo, que ele não pôde controlar, ele não conseguiu o que queria. E o que ele fez? Seguiu em frente, feliz! Afinal, é provável que existirão outros ossinhos pelo caminho, não é?

Por que perder tempo pensando naquele ossinho que ele não ganhou?

Poderia até mesmo ter ficado bravo com o seu dono, ressentido: poxa, por que me impediu ter o que eu queria?! Mas, não. Ele rapidamente seguiu em frente. Para que perder esse dia lindo?

Esse cachorrinho, ele sabe muito!

Porque o osso poderia facilmente representar algo que eu, ou outra pessoa, desejamos muito: aquela oportunidade que colocamos tanta expectativa, mas não aconteceu como queríamos. Aquele projeto que investimos e não deu certo.

Aquela situação que foi idealizada, mas tomou outro rumo. E o dono? Ele representa as circunstâncias do mundo externo. Tudo aquilo que não podemos controlar – que é mais forte do que nós.

Mas o que fazemos quando a vida não nos deixa pegar o ossinho?

Muitas vezes ficamos olhando para trás! Ressentidos com a vida: “Por que não consegui o ossinho? Eu queria tanto! Ó vida…”

E sofremos um longo tempo pensando no que poderia ter sido, no que desejamos, mas não obtivemos. Deixamos de aproveitar os dias e as novas oportunidades, porque focamos naquilo que não realizamos.

Eu admiro o cachorrinho, quero ser como ele, que logo seguiu em frente.

Afinal, existirão outros ossinhos no caminho. Por que estragar um dia perfeito de passeio por isso?








"Por acreditar no potencial das pessoas em evoluir e em se renovar, além de trabalhar como psicóloga clínica, escreve textos sobre auto conhecimento e desenvolvimento pessoal"