Você conhece alguém.

Vocês ficam a primeira vez. Ele elogia teu beijo, te faz perguntas como: o que você faz da vida, o que gosta de ouvir e todas essas perguntas clichês que usamos pra puxar um assunto. Ele te ouve falar com atenção, ao terminar, ele elogia o desenho da tua boca. Cê estende um riso de canto, fica sem graça e toma cerveja pra disfarçar o nervosismo. O tempo passa, depois de tantos olhares trocados, toques de dedos e beijos roubados, o relógio marca as 2h da manhã. Vocês se despedem com um beijo e um abraço daqueles que estala todas as costelas e deixa a gente descompassado, sabe? Cê volta pra casa com o beijo dele na cabeça, por instantes você se pega sorrindo sozinha e pensa consigo mesma: tomara que a gente se veja de novo. Quando chega em casa ele diz que o teu beijo não sai da cabeça dele. Cê ri, cai no sono, acorda no outro dia querendo dar bom dia, mas se segura pra não parecer carente demais. Afinal, é cedo demais.

Vocês continuam a conversar e decidem marcar um novo encontro. Dessa vez, um passeio pela cidade no final da tarde ou um filme qualquer. Ele diz que o teu cheiro é bom, cê começa a encontrar conforto no ombro dele. Quando o vento embaraça o teu cabelo e você ajeita, ele te olha como se você fosse a unica pessoa no mundo que soubesse ajeitar o cabelo de um jeito fofo e sexy ao mesmo tempo, sabe? O tempo passa e vocês se despedem com um beijo demorado e um abraço daqueles com um suspiro no final, como se lamentassem pelo tempo que pareceu correr mais rápido do que costumava passar.

Cê volta pra casa com ele na cabeça, ele te envia uma mensagem dizendo: quando chegar em casa avisa. Você só ri e responde: tudo bem. Vocês continuam a conversa, decidem marcar um novo encontro. Vocês dormem juntos. Transam. A intimidade começa a florescer, vocês brincam, riem do defeito do outro.

Vocês estavam indo tão bem. Sem cobranças, sem expectativas.

Você tinha prometido pra si mesma que depois de tanto caos que se envolveu nos últimos meses, não iria se apaixonar de novo. Ele tinha dito que estava fechado pra relacionamento, que estava no momento de conhecer pessoas. Cê disse pra si mesma, desde o primeiro beijo, que não iria se envolver. Depois disse que se fosse pra ser, seria. Até que chegou a conclusão de que deixaria as coisas acontecerem naturalmente. Quando se envolveu, ele sumiu.

Vocês estavam indo tão bem. Você puxava assunto, ele respondia. Ele te falava umas coisas, você ria. Vocês se falavam muito, falavam bastante, pra caralho. Boa noite, bom dia, conversaram sobre o cachorro e séries de ficção. Mas daí você puxou assunto, ele demorou bastante pra responder. Você falou umas coisas, ele não riu. Vocês falaram mais um pouco, um pouquinho, depois nunca mais se falaram.

Ele te faz se sentir única e especial. Mas de repente, se afastou de você, sumiu. Isso incomoda pra caramba não é? Incomoda não saber o motivo do outro ter sumido, incomoda não entender o que aconteceu no meio do caminho, incomoda não ter respostas para algumas perguntas. Hoje em dia as pessoas costumam fazer isso, somem da vida do outro como se nunca tivessem batido na porta.








Sou recifense, 24 anos, apaixonado por cafés, seriados e filmes, mas amo cervejas e novelas se houver um bom motivo pra isso. Além de escrever em meu blog pessoal e por aqui, escrevo também no blog da Isabela Freitas, sou colunista do Superela e lancei o meu primeiro livro em Novembro de 2014 pela Editora Penalux. .