Os inimigos causam estragos tão estrondosos em nossa vida, estilhaçam tão ferozmente o nosso ego, que tudo que nos resta é nos reconstruir a partir dos escombros deixados. Tudo o que nos resta é nos reinventarmos com extrema paixão e ferocidade.
Tudo o que nos resta é fazermos uma versão muito melhor de nós mesmos.
Conviver com pessoas amigas é delicioso. Elas nos respaldam, fazem-nos saborear a iguaria da intimidade.
Por outro lado, algumas pessoas transformam a nossa vida num inferno tão quente que nada mais nos resta do que sair correndo, gritando, pedindo ajuda, recorrendo a nós mesmos, recorrendo a uma força estupenda que temos e não conhecíamos, até chegarmos a um momento limite.
No filme inglês A história de uma criança com fome, o jovem Nigel sai de casa após a morte do pai. Ele foi tão oprimido pela madrasta, que quando o pai falece, nada mais lhe resta que botar a mochila no ombro e cair no mundo, em busca do seu sonho: tornar-se um grande chefe de cozinha. Enfim, as crueldades da madrasta só serviram de atalho para Nigel ser ele mesmo.
Algumas falsas amizades, alguns relacionamentos amorosos devastadores, alguns empregos nefastos apenas nos ajudam a encontrar a nós mesmos. Os amigos nos amam como nós somos, com todas as nossas lacunas e imperfeições. Os amigos oferecem a nossa zona de conforto no mundo.
Os inimigos não. Os inimigos causam estragos tão estrondosos em nossa vida, estilhaçam tão ferozmente o nosso ego, que tudo que nos resta é nos reconstruirmos a partir dos escombros deixados. Tudo o que nos resta é nos reinventarmos com extrema paixão e ferocidade. Tudo o que nos resta é fazermos uma versão muito melhor de nós mesmos.
Grandes carreiras se iniciaram, célebres obras de arte foram elaboradas, apaixonantes histórias de amor, guinadas de 180 graus foram feitas depois que as pessoas se sentiram totalmente esmagadas e destruídas por situações que pareciam insuportáveis.
Sim, por mais bizarro que possa soar, os inimigos podem transformar a nossa vida de uma forma surpreendente! conviver com pessoas, mundo cruel