Nada é permanente. Tudo muda o tempo todo. Pessoas chegam e vão. Sentimentos se formam e se perdem. Corações se partem e se reconstituem. Risadas dominam e se dissipam. Lágrimas caem e secam. Tudo é temporário, tudo é inconstante. No fim do dia, a vida é uma eterna estação de despedidas.
Estação essa que é cheia de idas e vindas. Algumas idas gostaríamos de abortar, outras de antecipar. Algumas vindas nos fazem sonhar, outras palpitar. Vivemos uma narrativa que precisa continuar, mesmo que muitas vezes não saibamos muito bem aonde ela irá nos levar.
Saber que nada na vida é permanente é complexo. Nos momentos difíceis nossos amigos dizem: “É só uma fase, vai passar.” Nos momentos bons só conseguimos fixar um único pensamento: “Queria que isso durasse para sempre.” O quão incoerente são essas reflexões? Só queremos eternizar a felicidade? E o que fazemos com a dor?
A vida não permite. (In)felizmente, nada dura para sempre: nem as dores, nem as alegrias. Sempre precisaremos lidar com a angústia de dizer adeus a algo bom e com o alívio da despedida daquilo que só causa dor. É um duelo constante. Queremos agarrar a eternidade de tudo o que faz bem, mas não queremos lidar para sempre com o que causa sofrimento.
E justamente por isso que a vida ser uma eterna estação de despedidas é tão bom. O fato de sabermos que tudo é temporário é uma dádiva. E não me leve a mal. Isso não quer dizer que amores para a vida toda não existem, por exemplo. Significa apenas que, em algum momento, seja por fatores da vida cotidiana ou por uma força maior, como a morte, isso será interrompido. O bom da vida ser uma estação de despedidas é que sabemos que situações de dor são passageiras e as alegrias sempre darão espaço para outras alegrias.
A princípio pode parecer melancólico definir a vida como uma estação de despedidas, mas pare e reflita mais um pouco e você se dará conta de como temos sorte por nada na vida ser eterno e estarmos o tempo todo aptos para reescrevermos nossas histórias e experienciarmos novos sentimentos.