Quem decidir ficar ao seu lado não vai só dividir a colcha, vai começar a costurar uma nova e muito mais bonita com você.
Já amei e fui muito bem-amada. Já frustrei e também já fui frustrada. Projetei em relações frustrações próprias, sofri, chorei, tentei, deixei o orgulho de lado, voltei. Já fui embora por orgulho, já deixei ir pelo mesmo motivo. Aprendi a olhar com carinho para minhas passagens. Todos os homens que estiveram na minha vida foram importantes. Sem exceção.
Eu fiquei com pedaços deles, eles levaram pedaços meus. E de uma vez por todas entendi que as relações são assim, pura troca. Tropecei em decepções, encontrei gente que não só me ajudou a levantar, como me fez sorrir de novo. Já cuidei de cacos alheios, já colaram os meus.
Chegar aos 30 anos é ter maturidade para fazer dos retalhos da vida uma bonita colcha, muito bem costurada. Afinal de contas, um dia ela servirá para aconchegar quem decidir ficar. Ela nada mais é do que o seu acumulado de histórias.
Quem decidir ficar ao seu lado não vai só dividir a colcha, vai começar a costurar uma nova e muito mais bonita com você.
Quem decidir ficar vai te abraçar para não soltar mais. Vocês ficarão conectados por tempo indeterminado.
Amor que chega assim e fica, não vem com prazo de validade – e também acho que não é hora de se preocupar com isso.
Não precisa nem chegar aos 30 para entender que ali é o auge. A gente se aceita muito mais, mas não se engane, você já não vai mais aceitar qualquer relação. Por isso que quem for ficar vai querer se cobrir com suas histórias.
Você não se apaixona loucamente, aliás, tudo aquilo que aparentar ser loucura demais se tornará fuga. Você quer simplicidade. Essa história de ter razão já não é mais para você, você quer ser feliz sem aqueles sonhos dos contos de fadas.
A sincronia do universo é tão maravilhosa que nessa hora, quem decidiu ficar vai querer essa mesma simplicidade que você. É fluir e nada mais.
E por que estou falando tudo isso? Porque o que vai importar daqui para frente é o abraço no final do dia. O beijo de bom dia, a louça lavada no escorredor depois de um dia corrido, aquele “boa sorte” para a reunião importante no trabalho, a saudade de um final de semana longe, os planos de viagem à dois, o esporte que vocês praticam juntos, o gosto musical diferente. O silêncio de um, quando o outro está exaltado, a risada que quebra o gelo depois de uma discussão cotidiana, o pedido de desculpas.
Você finalmente aceita que não existem relações perfeitas, elas vivem de costuras e retalhos. Os vícios mudam de uma relação para outra, até que você encontra quem te apresenta um novo vício: a companhia dela. E tudo faz sentido. Tudo pode ser melhor se você simplesmente deixar fluir.
Porque repetindo o que eu disse dois parágrafos acima, o que vai importar daqui para frente é o abraço no final do dia.