Quem olha para o teu corpo consegue perceber as cicatrizes de quem caminhou pelo vale das sombras. Quem olha para o teu rosto percebe a bravura de quem venceu. Ninguém sabe quantas dores você carrega no peito. Muitos até se questionam e ainda duvidam de cada uma delas. Mas no final, só a gente sabe o que sente.
Somos baseados em dores reais. Fatos reais. Afetos reais. Passamos a maior parte da vida acreditando que a utopia pode ser o caminho menos doloroso. Que a dor da realidade pode ser – de algum modo – desviada das tuas rodovias cardiovasculares.
Veja bem, meu bem. Realidade e utopia são duas coisas completamente diferentes.
Elas andam lado-a-lado por cima de linhas paralelas, mas nunca se tocam.
Pegar a estrada mais rápida pode lhe tirar da rota de paisagens mais bonitas. Sim, porque o amor apesar de lindo, dói, mas não fere. O amor é realidade disfarçado de utopia. Sentimento raro demais para morrer.
Quando você dobrar a esquina das verdades absolutas a uns 150km à sua frente, perceberá que as dores que carregas em teu peito, só te tornarão mais forte e flexível daqui pra frente. Mas você precisa senti-las.
E aqueles que olharem para o teu corpo, conseguirão perceber as cicatrizes de quem caminhou nas sombras e conseguiu retornar com o brilho no rosto de quem venceu a batalha mais importante da vida.
A própria.