Casais que se amam e não estão juntos. Você os conhece? Reconhece? O que há de errado com estes casais? Com estas pessoas?
É até curioso pensar que duas pessoas que se amam verdadeiramente podem não optar por compartilharem da vida neste momento. E a vida é tão rara e breve!
Sinto que estamos atravessando um processo de transformação das relações humanas. Transformando algumas regras de conduta pré-estabelecidas para a união de um casal. Há nesse momento um movimento de libertação de padrões e crenças, uma era da liberdade nas relações, pessoas menos comprometidas com cumprimento de agenda social que estabelece papel passado, contrato matrimonial e mesmo teto para ambos na condição de monogamia para a eternidade.
Ninguém mais quer viver sob regramentos forçados. Esse movimento quando livre se torna mais real e espontâneo quando há verdade e real intenção de ficar junto, mesmo que distante. Mesmo que poligâmicos por natureza, podemos despertar o interesse da monogamia por livre escolha e afinidade energética!
Mas, mesmo diante disso, dessa liberdade de escolha, há alguns casais que mesmo com o amor declarado entre eles, estampado, como tampa de encaixe perfeito, andam por aí feito fios soltos, desencapados.
Uma resistência ao amor, talvez?
É porque esse negócio de amor é coisa séria, rapaz! Ele dá uma sacudida, traz luz, novos olhares para si, um mergulho mais profundo nas águas que estavam calmas e rasas. Tem muita gente que gosta de ficar na beiradinha, molhando os pezinhos, apenas sentindo a temperatura e logo volta correndo para sua cadeira, onde mora a zona de conforto.
Está cheio de amor marginal por aí. Na verdade, potências de amor! Porque para ser de fato amor é preciso entrega, confiança e vulnerabilidade para ambos.
Mas sinto que muitas confianças estão abaladas. Há casais que se amam e que por questões cármicas, ou sei lá o quê, tiveram seus contratempos, seus impasses, viveram dores e se perderam nessa confusão de sentimentos, desconectaram-se nesta que poderia ser a oportunidade de uma maior aproximação e entendimento.
O negócio é que fica todo mundo no campo da paranoia. Muita ação e pouco diálogo. Ação baseada no achismo do que no sentimento genuíno. Há casais perdidos pelo medo de se amarem.
No primeiro momento que se beijaram entenderam que ali era um chamado para ser um lar – um lugar para repousar e se aventurar, mas muitas vezes também pela não certeza do que se deseja e do sentimento que nutre, deixam passar oportunidades de amor.
Quantos amores você acha que a vida vai lhe dar?
Quantos fios soltos estão aí achando que estão em rede de alta frequência quando na verdade estão levando choque, batendo cabeça?!
Entendo que somos sozinhos, chegamos e partiremos solos desta jornada, mas nada disso faria sentido se não encontrássemos os reais parceiros dessa trip louca chamada vida!
Quantos casais com potencial de amor estão por aí vivendo seus medos, tampando sentimentos com superficialidades, enganando-se em ilusões materiais e sem conexão real com outras pessoas por insegurança e falta de coragem?
Casais que se amam, mas são complicados demais. Que a vida breve vida seja generosa com seus corações.