Eu queria te esquecer, e ao mesmo tempo, tinha medo disso. Medo de jogar tudo que a gente viveu fora, todo o esforço que fizemos. Tinha medo de seguir sozinho e não saber lidar com a sua falta, eu tinha medo de ser atropelado pela saudade, de te ligar depois de tudo e ouvir você dizer: ”Agora é tarde demais”.

Eu tinha esse medo bobo de te perder sem perceber que eu estava me perdendo. Eu sabia que pra te esquecer, eu precisava lidar com a tua falta, suportar a dor que a saudade iria me causar, deixar passar todas as referências da vida que trouxesse você em mente.

Eu sabia que pra te esquecer, eu precisava aceitar tudo. Aceitar que, um dia, eu poderia te encontrar por aí com outra pessoa. Aceitar que, em algum momento, uma música, um filme, uma cor, um cheiro me lembraria você. Entender que, no meio do caminho, eu iria tropeçar em alguma lembrança tua, mas seria preciso seguir em frente sozinho mesmo.

Eu queria te esquecer porque lembrar de você me doía como estar ao teu lado também. Queria te esquecer porque não fazia mais sentido, sabe? Porque você se tornou um machucado desses que trás um medo danado do amor.

Eu sabia exatamente o que fazer pra te esquecer, mas não sei por que insistir em fazer tudo errado. Eu sabia que pra te esquecer, eu precisava parar de ir no teu perfil só pra saber por onde você estava, precisava deixar de abrir a janela da nossa ultima conversa só pra ver se você estava online. Eu sabia que pra te esquecer, eu precisava parar de tentar descobrir se você já tinha conhecido alguém, se estava bem sem mim.

Eu insistia em querer saber noticias tua, enquanto eu me deixava de lado. Eu sabia que pra te deixar ir, eu precisava, de uma vez por todas, cair na real que essa minha insistência em te manter aqui, me doía, me atrasava, sabe? Foi então que eu deixei doer, me permitir sentir toda dor de uma só vez até que o tempo curasse tudo. E curou.








Sou recifense, 24 anos, apaixonado por cafés, seriados e filmes, mas amo cervejas e novelas se houver um bom motivo pra isso. Além de escrever em meu blog pessoal e por aqui, escrevo também no blog da Isabela Freitas, sou colunista do Superela e lancei o meu primeiro livro em Novembro de 2014 pela Editora Penalux. .