Já fiz dieta, mudei de cidade, troquei de emprego, planejei mudanças positivas e quantas vezes já me senti sozinha construindo pontes enquanto você subia muros gigantes, e eu, infelizmente, não conseguia escalá-los! Tanto fiz por nós dois que cheguei ao ponto de dizer que agora, tanto faz!

Sentir que fiz tanto, esperei tanto, quis tanto, me dediquei tanto. E mesmo assim, muita coisa ruiu, em um relacionamento que, aos poucos, dolorosamente, foi se desconstruindo, é frustrante. Mas agora, sinceramente, tanto faz. Já fiz tudo que pude!

Não só o amor romântico pode nos levar a desistir.

Diversos sonhos, profissionais inclusive, podem ficar pelo caminho também.

Quando o discurso difere da prática. Quando o reconhecimento por algo bem feito não vem. Quando existe injustiça e falta planejamentos possíveis. A vontade de desistir vem com força e o sentimento de “tanto faz” surge mais forte ainda!

Quantos sonhos profissionais ficam pelo caminho, justamente, por conta dessa mesma sensação, de ter feito tanto e não ter colhido nada de bom. Você quer acreditar mas, não consegue mais.

E ainda que seja dolorosa, a fase em que se sente o tal do “tanto fiz”, normalmente se dá, quando algo ainda pode e está sendo feito.

Muitas pessoas vivem anos reclamando por se sentirem desvalorizadas, mas mesmo assim, continuam fazendo muito pelo outro porque ainda existe a fé, esperança e a vontade de que dê certo.

Há, portanto, duas possibilidades. Melhorar, reconstruir e restaurar. Ou desistir. Mas, nada é pior que o tanto faz. Quando chegamos ao ponto de dizer: tanto faz. É sinal de que nada mais faz sentido!

Quando o “tanto faz” toma conta da relação, a gente sente muita vontade de querer voltar a sentir mas, mesmo assim, não consegue sentir mais nada.

Neste estágio não existe nem amor e nem dor. É como estar em um estado de constante anestesia, pouco importa o que vier depois. E ao olhar para trás, depois de tudo, há quem duvide de que, um dia, se amou tanto, se quis tanto, se sonhou tanto.

Mas o amor existiu sim, foi real, foi vivido, foi sonhado e foi sentido, pelo menos por um dos dois. O que ocorre é que o amor não é imortal, ele também morre quando sente fome de ser amado, quando sente sede de reciprocidade e de vários outros tipos de escassez.

“Não é o amor que sustenta um relacionamento. E sim o modo de se relacionar que sustenta o amor”. Thamilly Rozendo

Portanto, é imprescindível haver congruência, coerência e competência para amar!

Há que se cuidar bem do que se tem. Há que ser hoje. Há que ser agora!

O amor não permite contrato de experiência, não oferece prazo de carência, ele acontece ou não! Na tentativa e no erro.

Um amor só dura se for construído dia após dia, hoje precisa ser bom, aprazível, memorável. Ou apenas leve, uma sensação de aconchego, de “posso contar com você”!

E se por acaso não for assim, se você estiver fazendo mais do que suas forças podem aguentar, se os seus sonhos já estiverem desmoronando, se para você essa história não faz mais sentido. Não force mais as coisas, deixe elas seguirem seu caminho livremente!

A felicidade é mais que um fim em si mesma.

Ela é uma busca. Se constrói no caminho, não está presente apenas na linha de chegada.

Essa certeza nos encoraja a agir. Agir para mudar. Começar a mudança por si.

Ninguém merece viver de tanto faz. Nem você e nem o outro.

Caminhe nesta busca e tenha certeza de que o que vem depois é muito mais.

Muito mais que o indesejado tanto faz.

** Título inspirado na música “Notificação preferida” de Zé Neto e Cristiano








Elen de nascimento, Maria por opção. Escritora, pensadora, sonhadora, gestora, coach e mãe. Escrever é colorir a realidade com as imagens que a alma captura a cada momento do existir. Tudo que é vivido, pensado ou sentido merece também ser escrito.