Por: Simone Guerra
Às vezes, perdemos tempo demais nos importando com coisinhas e pessoas pequenininhas. Esquecemos quem somos, para valorizar a opinião e os “achismos” dos outros. Temos uma mania estranha de dar atenção para quem quer apenas nos colocar abaixo da margem do sossego, e nem sempre somos a superação em pessoa que precisamos ser para deletarmos o que os outros pensam sobre a gente.
Através dos tempos, eu aprendi um lema: “Falem bem ou falem mal, tanto faz, faço sucesso!”
Mas nem sempre é assim, porque não somos pessoas o tempo todo autoconfiantes ou com a autoestima em dia.
Tem dias em que até um olhar diferente de alguém que amamos nos incomoda e nos machuca, no entanto, é preciso respirar fundo e ligar o “dane-se” ou fazer vista grossa, mesmo remoendo.
Sempre preocupamos com o outro e esquecemos quem somos. Queremos que as pessoas sejam melhores para nós, mas esquecemos que não somos tão bons assim para os outros. Reparamos os desajustes alheios, e esquecemos que, muitas vezes, “o inferno somos nós”, lembrando o título do livro de Leandro Karnal e da Monja Cohen.
Somos exigentes com o outro, apontamos os defeitos, ficamos decepcionados, choramos, brigamos… e, no fim das contas, nem sempre o problema é aquele alguém, mas sim nós mesmos quem damos mais importância para o que dizem ou pensam ao nosso respeito, ao invés de cuidarmos da nossa saúde.
O inferno só existe porque nós permitimos nos consumir em chamas por pessoas pequeninas. Então, cuide da sua saúde, porque da sua vida já tem gente desocupada o suficiente para cuidar.
Cuide da sua saúde e alimente o seu ego. Faça o que lhe dá prazer. Ligue o “dane-se”! Faça as pazes com o espelho! Faça amor com o seu íntimo! Compre aquela bolsa e sapato que tanto quer. Troque de namorado, se for preciso e troque olhares. Apegue-se a pessoas do bem e que o queiram bem. Esvazie-se dos seus pensamentos contra os outros e das maldades alheias. Dê o melhor de si para si mesmo, depois para os outros, porque você precisa estar bem e radiante para ajudar alguém.
Por alguns bons anos, eu decidi cuidar da minha saúde e do meu íntimo, amadureci a ideia de que é melhor ter alguém para cuidar dos meus desajustes e das minhas desafinadas com a vida, do que me estressar com eles. Agora, deixo para as pessoas “com tempo” tudo aquilo que não dou conta de ajustar na minha vida pessoal, apenas cuido da minha saúde, porque da minha vida já tem quem cuida.
Chega uma hora que é preciso amadurecer também o nosso humor e relevar pessoas e situações nada boas.
Dar ouvidos às maldades alheias é anular-se diante de pessoas que não respeitam sequer elas mesmas.
Cuide de você, da sua saúde, dos seus dias, porque da sua vida tem muita gente cuidando com gosto. Cuide da sua essência, porque da aparência já existe muitas pessoas para cuidarem e repararem. Cuide da sua família, dos seus amigos e do seu trabalho, porque já tem gente demais para cuidar dos seus deslizes.
Apenas cuide-se, porque o resto pertence àquelas pessoas que fazem questão de lembrar de você porque ainda não se acharam na vida.