Confesso que estou ajustando as velas do meu barco e sentindo que Deus sopra coisas boas para mim.
O medo de mudar, modificar e ampliar os conhecimentos, muitas vezes faz com que eu precise realinhar o que sobra, o que não faz falta, o que não despende meu tempo ou minha negociação de vida.
Sim, eu negocio todos os dias. Ofereço o que possuo e recebo por isso. Seja em atitudes, sentimentos, em acolhimento, em tentativa de melhora.
Essas coisas que parecem ser meio complicadas e desleais, na verdade, são sinônimos de mais entendimento e busca pelo que eu acredito ser certo ou bom.
No fundo, estou fazendo boas trocas, percebendo que menos é mais e que as coisas estão clareando mais em minha mente.
Andei meio descontente, sentindo falta de energia vital fluindo pelos meus poros, andei e reandei por lugares que já estive e senti que ali não era mais para estar e nem para reacender desejos antigos.
De repente, eu me tranquei dentro de mim e pedi menos pressa. Pedi meu sossego interno e uma fuga quase silenciosa me levou aonde precisei.
Depois de analisar com mais profundidade as etapas da vida e relembrar os tapas que levei, viajei mais por dentro e finalmente cheguei à conclusão: Deus está no comando e não está protelando nada do que preciso aprender exercer ou sentir.
Eu nunca sei quando é hora de acontecer, nunca sei ao certo os comandos que chegam, muitas vezes sem aviso.
Tenho meus braços e pernas, tenho aquela mania inusitada de confiar agora no tempo, no alto, nas passadas, por vezes sutis, que distinguem o que devo perceber.
Sabe quando a vida vem, olha para você e o reconhece, mas ainda não o vê? É isso.
Talvez sejam meus espaços vazios, prateleiras sem provisões, sentimentos adulterados pelos altos e baixos. Talvez seja aquela completude retirada de forma violenta de dentro de mim.
Não culpo ninguém, mas não aceito o que no momento faça minha alma desaparecer, sem deixar vestígios.
Na verdade, eu não preciso crescer e aparecer. Eu só preciso colocar as coisas em seus devidos lugares e ajustar as pequenas diferenças pessoais.
Eu só preciso deixar a casa do jeito que quero. Nada muda se eu insistir nos mesmos erros, nas mesmas banalidades, nas coisas que crucificam e matam aos poucos qualquer felicidade habitual.
Dizem que a fé move montanhas. A minha retira tudo aquilo que se transformou em meu entulho emocional.
A minha capacidade de aceitação fez com que eu descobrisse uma força superior por vezes lenta, por vezes, incrivelmente veloz.