O duro é quando alguém do passado, ou pessoas que tanto nos machucaram, reaparecem, como se pudessem retomar tudo, assim, facilmente.

Ninguém é obrigado a ficar com ninguém. Ninguém tem a obrigação de gostar de ninguém.

As pessoas se aproximam umas das outras por afinidade e até mesmo por interesse. E acabam se distanciando mais ou menos desse jeito também.

O duro é quando alguém pensa que nossa porta estará sempre aberta e que o receberemos, toda vez que quiser, sorrindo.

Logicamente, as pessoas saem de nossas vidas por vários motivos, às vezes tranquilamente, outras vezes não. E, quando a despedida é dolorida e penosa, quem fica sofre muito.

Quem vai embora obviamente também se entristece, mas quem fica acaba acumulando muito peso emocional, sentindo culpa e pensando no que poderia ter sido feito.

Por mais que não houvesse muita esperança, quem fica assistindo à partida do outro sofre demais.

É claro que, na maioria das vezes, com a passagem do tempo, as feridas do rompimento cicatrizam e as pessoas conseguem enxergar que aquilo foi o melhor que poderia ter acontecido.

As pessoas se reerguem e retomam os caminhos da busca de sua felicidade, pois tudo passa, desde o sol até as tempestades.

A força do amanhã é incontestável, pois cada novo dia nos traz chances de recomeço, de redenção, de salvação.

O duro é quando alguém do passado, ou pessoas que tanto nos machucaram, reaparecem, como se pudessem retomar tudo, assim, facilmente.

Nunca é fácil, na verdade, porque nossas portas nem sempre estarão abertas, principalmente quando se tratar de alguém com quem nos decepcionamos profundamente.

A gente supera o mal que nos fazem, mas não esquece por completo. A gente se reconstrói, sim, mas o que machucou fica ali dentro, sem dor, mas fica ali.

Uma das melhores formas de preservarmos nossas vidas é saber bem a quem podemos abrir as portas de nossa caminhada, de nosso coração, de nossa alma, pois, depois que a pessoa entrar, estaremos vulneráveis às intenções dela, as quais podem ser as piores possíveis.

Fechar-se demais é perigoso, mas abrir-se a todos, sem discernimento, sem seleção alguma, provavelmente será um chamariz aos sugadores de plantão. Enfim, resguarde o seu coração, para que não sofra por quem não merece.








Graduado em Letras e Mestre em "História, Filosofia e Educação" pela Unicamp/SP, atua como Supervisor de Ensino e como Professor Universitário e de Educação Básica. É apaixonado por leituras, filmes, músicas, chocolate e pela família.