Não existe coração fraco, existe muita vontade de sair dessa ou pouca vontade de sair dessa!

Já ouvi muita gente me dizer, após ler alguns de meus artigos, frases do tipo: “quem dera se fosse simples assim!” ou “Ah, meu coração é fraco, não é capaz de fazer tudo o que você diz.” E eu as ouço, as entendo, mas, dentro de mim, fica sempre a pergunta: será que ele é fraco mesmo? Será que tudo não está na nossa cabeça?

Vamos lá!

Digamos que você tenha terminado um relacionamento ainda amando alguém, que tenha sido trocada, traída, que foi abandonada e não conseguiu aceitar, que não consegue deixar alguém partir por achar impossível saber viver sem ele ou que a perda é insuportável demais para o seu coração aguentar.

Vou te dizer: o coração é um órgão que todos possuem, certo? Sendo assim, todos possuem o mesmo dom de amar, de se apaixonar, de bater por alguém, de sangrar de dor.

Digo, claro, do ponto de vista emocional, ok?

Mas, por que você insiste em dizer que tem um coração fraco enquanto outros possuem um coração tão forte?

Será que não seria você que o enfraquece e o usa como desculpa para não querer deixar de sofrer?

Vou dar um exemplo: coloque duas pessoas olhando para um jardim.

Sem que a outra escute, pergunte a primeira pessoa o que ela está vendo e ela te dirá que vê flores de todas as cores, que vê a grama bem verdinha parecendo até que está úmida ao toque e que pássaros beijam as rosas como pequenos seres apaixonados…!

A mesma pergunta é feita a segunda pessoa e ela te responde que vê tantos insetos que já está ficando incomodada, que a umidade corta todo o jardim criando poças de lama e que há muitas galhas com espinhos… Conseguiu entender?

O mesmo jardim é visto por duas pessoas diferentes e suas reações e forma de ver foram distintas, deixando claro que SOMOS DIFERENTES e criamos a realidade que queremos para a nossa vida.

Digamos que eu tenha tido uma desilusão amorosa daquelas de doer (claro que tive!) e outra pessoa também, quase que ao mesmo tempo. Eu vou chorar, vou me debater, me jogar ao chão, mas, no dia seguinte, você passará por mim e eu estarei exatamente igual e ainda sorrirei pra você. Esta é a minha forma de receber uma dor, de lidar com uma dor.

Outra pessoa, em seu momento de dor, diante da mesma desilusão, sofrerá por dias, meses, noites seguidas e quando sair à rua (por um milagre) terá olheiras imensas e cara de “meu mundo acabou” e logo ela dirá que não sabe como superar uma dor, que não aprendeu, que tem um coração fraco demais pra suportar…

Diante de uma desilusão, nos restam duas atitudes: sofrer e sofrer pra sempre, forever, o tempo todo, ser vítima da situação, chegando a ser chata, ou, seguir adiante sua vida.

A dor continuará lá mas a sua postura diante do problema é que foi diferente. E isso só depende unicamente de você, da escolha que faz, se deseja sofrer, se martirizar uma vida inteira ou se aceita aquela dor, deixa ela te abraçar e depois, se levanta e segue.

A vida gira rápido demais e, por mais que minhas palavras por agora lhe pareçam duras, digo que se hoje estou aqui, escrevendo estas linhas para você, foi porque já chorei inúmeras vezes, por amores diferentes, em momentos diferentes, mas sentindo a mesma dor por muitas vezes.

E creio eu, que mesmo com a dor esmagando meu coração, eu pude tirar daquilo uma lição pra minha vida, a lição de que ninguém é capaz de destruir nossos sonhos, nossas esperanças e nossa vontade de viver!

Que não existe coração fraco, existe muita vontade de sair dessa ou pouca vontade de sair. É isso que resume tudo, a sua atitude diante da dor, como você lida com a dor. Aprendendo com ela ou sendo devorada por ela?

Coração não é fraco, pessoa alguma é fraca, pois todos somos capazes de darmos a volta por cima e continuar lindamente a viver!

Nossas escolhas é que são ruins, nossa vontade de desistir, de se entregar ao sofrimento, isso te faz fraca, não a dor!

A dor nos faz imensas, lindas, fortes, poderosas e eternamente divas!

Abençoada dor e abençoado coração forte que mesmo depois de tanto sofrer ainda se propõe a viver novas histórias!








Escritora, blogueira, amante da natureza, animais, boa música, pessoas e boas conversas. Foi morar no interior para vasculhar o seu próprio interior. Gosta de artes, da beleza que há em tudo e de palavras, assim como da forma que são usadas. Escreve por vocação, por amor e por prazer. Publicou de forma independente dois livros: “Do quê é feito o amor?” contos e crônicas e o mais espiritualizado “O Eterno que Há” descrevendo o quão próximos estão a dor e o amor. Atualmente possui um sebo e livraria na cidade onde escolheu viver por não aguentar ficar longe dos livros, assim como é colunista de assuntos comportamentais em prestigiados sites por não controlar sua paixão por escrever e por querer, de alguma forma, estar mais perto das pessoas e de seus dilemas pessoais. Em 2017 lançará seu terceiro livro “Apaixonada aos 40” que promete sacudir a vida das mulheres.