Parte do nosso cérebro primitivo, a ansiedade é uma reação natural do corpo e está ligada ao nosso sistema de alarme e preservação da espécie. É como um alerta interno, um impulso de autoproteção.
Orientada pelos hormônios adrenalina, noradrenalina e cortisol, essa resposta ao imediato nos orienta para tomarmos decisões e termos iniciativa para lidar com as circunstâncias inesperadas da vida.
Uma espécie de alarme primitivo que deve nos motivar, a ansiedade, muitas vezes, nos paralisa.
É assim que surgem os transtornos por não conseguir cumprir as tarefas cotidianas, o medo, o pavor, a síndrome do pânico e tantas outras enfermidades da mente.
Doenças crônicas ligadas à ansiedade estão cada vez mais presentes nos tempos atuais. E por que será que algo que deveria nos abrir os olhos para agir acaba tendo efeito contrário, nos bloqueando e deixando sem ação?
Usando o Brasil, país onde há mais pessoas com transtornos de ansiedade como exemplo, consigo enxergar o acúmulo de informações como um dos fatos geradores desses inúmeros casos.
As mídias sociais e a internet, as questões políticas e sociais agravam ainda mais essa situação. Além de tudo, a briga pela sobrevivência, essa competitividade contínua, onde tudo é muito caro e difícil e funciona mal… É engarrafamento nas ruas, plano de saúde que não atende às necessidades das pessoas, companhia de celular que não funciona, serviços públicos e privados ruins enquanto você tem que trabalhar, se sustentar e sobreviver.
O acúmulo de informação mais o acúmulo de problemas é igual à perda de identidade. O resultado dessa equação só pode ser um: dificuldade de agir.
Alguns ensinamentos são importantes nessa jornada e me ajudaram a combater as inúmeras crises de ansiedade que tive desde a infância.
É importante saber que:
Ninguém consegue dar resultado o tempo inteiro;
Não podemos nos penalizar porque ‘a vida é curta’ e temos que aceitar qualquer situação;
Existe um limite humano para cada um;
Devemos anotar nossas pendências;
Devemos aprender a lidar com a vida nas redes sociais com equilíbrio;
É fundamental meditar sobre a ansiedade para tentar encontrar os gatilhos que a descontrolam;
Uma alimentação saudável ajuda;
Tudo se resolve no tempo certo e devemos encontrar o nosso tempo emocional interno;
Existe um lado positivo em tudo;
É importante ter cuidado com o acúmulo de tristeza;
Tudo passa, por isso, tenha consciência e paciência;
É importante buscar a auto suficiência sem se preocupar tanto com julgamentos alheios;
É importante praticar a auto ironia, e não se levar tão a sério.
Se você notar que não está funcionando, é preciso procurar o especialista psicólogo ou psiquiatra.
O poder da respiração
Depois de tantas ocasiões tendo que lidar com o autocontrole da ansiedade, aprendi que, às vezes, é melhor ser preguiçoso do que elétrico.
Respirar fundo, tomar um ar e dar um tempo do trabalho, da confusão e da agitação podem ajudar muito. Uma rotina que compreenda a hora certa do trabalho, do passeio e do descanso pode ser a peça que falta.
Mais do que desejar a ausência da ansiedade, é preciso saber da sua importância e ter nas mãos o controle que a liga e desliga, esse poderoso equipamento dentro de nós chamado saúde mental.
*texto de Fabiano de Abreu – Doutor e Mestre em Psicologia da Saúde pela Université Libre des Sciences de l’Homme de Paris; Doutor e Mestre em Ciências da Saúde na área de Psicologia e Neurociência pela Emil Brunner World University;Mestre em psicanálise pelo Instituto e Faculdade Gaio,Unesco; Pós-Graduação em Neuropsicologia pela Cognos de Portugal;Três Pós-Graduações em neurociência,cognitiva, infantil, aprendizagem pela Faveni; Especialização em propriedade elétrica dos Neurônios em Harvard;Especialista em Nutrição Clínica pela TrainingHouse de Portugal.Neurocientista, Neuropsicólogo,Psicólogo,Psicanalista, Jornalista e Filósofo integrante da SPN – Sociedade Portuguesa de Neurociências – 814, da SBNEC – Sociedade Brasileira de Neurociências e Comportamento – 6028488 e da FENS – Federation of European Neuroscience Societies-PT30079.
E-mail: [email protected]
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