Como já relatei em alguns outros posts sobre minha vida, minha relação com meus pais e sobre como me desenvolvo a cada dia desde esse olhar interno, hoje vou aprofundar nos relacionamentos amorosos que, também para mim, foram muito desafiadores.

Depois de muito me dedicar a essa jornada, que é a do autoconhecimento, um trabalho que é para sempre e, muitas vezes, a gente começa a fazê-lo meio tarde, pois a criança não aprende a se conhecer, posso dizer com propriedade a vocês que toda relação amorosa leva à relação da criança interior geralmente com a mãe e à repetição de vivências relacionais das mulheres da família.

E eu, muito observadora desses processos delas, sempre sentia que queria fazer diferente, queria uma relação de parceria recíproca, crescimento e evolução mútuos. O fato é que trazemos crenças na memória celular e as vivências delas nos mantêm em padrões que acreditamos serem os certos.

Mas não é tão simples sair da fidelidade ao nosso sistema familiar. E eu percebia que estava repetindo, repetindo e repetindo inconscientemente muitos desses padrões, ainda que não fizessem sentido nenhum para mim, mas não sabia como sair deles.

Tive um casamento desajustado e desafinizado, baseado em basicamente “dar e não receber”, bem desses à moda antiga, em que a mulher é a Amélia e o homem é apenas aquele que provê.

E onde estava o equilíbrio nisso?

Claro que não havia equilíbrio. além dos nossos objetivos, valores e princípios não serem parecidos, vivíamos uma relação em que a imaturidade imperava, em que havia muita dualidade – éramos individualistas e cada um apenas exercia o papel que cabia à “sociedade”.

Optei pela separação para poder fazer jus àquilo em que eu acreditava com todas as forças da minha alma: uma relação livre de rótulos e estigmas sociais, recíproca e saudável.

Mas, com esse “fim”, ainda não me dava conta das feridas e memórias que estavam ali, pulsantes no meu interior, com crenças e padrões que obviamente eu repetiria por não olhar de fato para as causas e gatilhos vívidos e prontos para serem expostos novamente.

Comecei uma nova relação e… paaah! Estavam lá todas as desordens e conflitos novamente, e ainda mais intensos, porque em caso de amores, já sabemos que o que não aprendemos, repetimos… e o Universo é tão sábio que não quer você perdendo vida aqui na Terra, pois Deus o quer crescido, maduro, curado e feliz.

E vamos de autotrabalho. Mesmo estando muito fragilizada, eu sabia que em mim estavam todas as respostas para o meu sofrimento. E eis que eu não sabia me amar. Deus do céu! E achava que sabia.

Amor-próprio não é se olhar no espelho e se achar linda por fora, isso é autoestima. Amor-próprio é diferente de autoestima.

Amar-se é ouvir-se e atender-se, respeitar-se e dar-se conta de que é você que está se permitindo ser ferida, porque algo ali está aberto ainda, aceitando aquele “dar e não receber”.

Amor-próprio é olhar com verdade tudo o que o outro incita de pior em você e compreender, aceitar para integrar, não para rejeitar, repelir. É você saber que precisa acolher suas sombras, porque fazem parte de você, da totalidade que você é. Você consegue aceitar que sente ciúme, inveja, raiva, ódio, medo, insegurança, carência.

Amor-próprio é querer ver com clareza todas essas trevas para trazê-las à luz, é sair da negação, porque só assim você chega à plenitude e consegue dar passos em direção à própria evolução. Amor-próprio é entender que você não precisa mais repetir situações conhecidas e de seus antepassados, mas que você pode sim fazer diferente, do seu jeito, do jeito que faz sentido para você, para a particularidade do seu ser.

Amor-próprio requer um cuidado extremo da sua criança interior para que você passe a dar a ela toda nutrição, tudo aquilo que talvez você não tenha recebido na infância. É observar onde você ainda é ferível, traível, abusável, enganável e também, com toda honestidade, onde você faz isso com o outro.

Amar-se é conseguir dar-se tudo aquilo que você espera do outro, porque aqui quem ainda espera é a criança que não foi atendida e, na relação, fica nessa incessante busca do que não recebeu dos pais.

Amar a si mesmo implica coragem de deixar todo aquele modelo que você teve de amor até hoje para trás e tomar posse do que é importante para a sua verdade.

Eu entendi que o amor não machuca.

O que dói é você saber o que quer e, mesmo assim, achar que precisa querer igual a todo mundo, ao que lhe ensinaram como certo dentro de uma relação.

Amar-se verdadeiramente dá um trabalhinho, sabe? É preciso muita disposição para se encarar, olhar para tudo aquilo que está dissonante e desordenado na sua vida, e trazê-lo para si mesmo, para a autorresponsabilidade.

Quando você aprende a se amar, começa a colocar limites, a reconhecer o que é o real e discernir o que é deal. As ilusões vão ficando naqueles modelos que você tinha e você passa a se conscientizar de que não existe príncipe nem princesa.

Você também entende que o amor é para quem está disposto a se olhar e se trabalhar para deixar de projetar suas feridas no outro. Aprende que você não precisa mais viver naquele padrão de amor e dor, mas que você pode ensinar e aprender dentro de uma relação, sem sofrimento, e não insiste mais em quem não quer ficar, porque afinal agora você sabe a diferença entre amor e apego.

Você aprende também que, por amor a você, algumas pessoas precisam partir…

Não porque você não as ama, mas porque você merece alguém que esteja aberto a todas as suas vulnerabilidades, que o ouça, ampare e acolha quando nem você mesmo consegue fazer isso por si. Alguém que o expanda, amplie, multiplique, porque reconhece a sua força e quer que você não se esqueça dela, alguém que esteja maduro o suficiente para sair da relação infantil, sem se desconectar da criança interior, porque você merece alguém que se identifique com essa nova relação que você tem com você, e fique com ela.








Juliana é psicoterapeuta quântica, holística e taróloga, especializada em curas emocionais, desenvolvimento espiritual e humano e mudança pessoal. Iniciou sua missão de alma em 2012 quando descobriu que seu propósito era auxiliar pessoas a descobrirem e acessarem seu próprio poder, transformando suas realidades e criando-as da melhor forma possível. Através do Thetahealing®, Access Consciousness, EFT, Ho’oponopono, Tarologia Terapêutica e diversas outras técnicas, segue sendo um canal de transformações, auxiliando milhares de pessoas a desenvolverem a melhor versão de si mesmas, incentivando ao amor, autoconhecimento e expansão da consciência.