Quanto mais você tenta controlar alguém mais ela quer te ver longe!
Pessoas controladoras são igualmente manipuladoras. Elas criticam para que o outro sinta-se inferior e se torne dependente. Sua intenção velada, muitas vezes, encontra abrigo em corações invigilantes e inseguros.
Elas se aproximam sinalizando uma intenção bondosa, com um interesse dito “desinteressado” em ajudar, mesmo quando o alvo não solicitou ajuda nenhuma.
Elas insistem em se fazerem essenciais na vida daquele que elas querem controlar. E forçam aproximações com fórmulas prontas a fim de tornar o outro o seu “bibelô de luxo”.
O envolve em suas tramas ardilosas, se afasta por um curto espaço de tempo, mas sempre monitorando e criando situações para que o outro se sinta dependente de suas ações.
Quando o outro se rebela e tenta se tornar livre de seu controle, a pessoa controladora se irrita e o faz sentir culpado proferindo a famosa frase: “Depois de tudo que eu fiz por você!”.
E as cobranças começam.
A conta que a pessoa controladora cobra nunca fecha!
Para sempre o seu alvo estará em dívida. Mesmo, o mesmo não tendo pedido ajuda nenhuma.
Fazer o outro se sentir culpado e em dívida é mais um “truque” para que se assegure de que sempre esterá certo e, assim, possa manter o controle sobre a pessoa.
Se vitimiza, dramatiza a situação, e nunca admite o erro pois ao estar sempre certa, a pessoa controladora pensa que nunca perderá o posto de autoridade maior.
Ela adora criar regras para a vida do manipulado e apontar culpados para que ele se sinta arrependido, mesmo sem nada ter feito, ou simplesmente por ter optado seguir seu caminho e fazer a sua própria escolha.
Quando o outro decide não ser mais manipulado por ela, e dá o seu grito de independência, desesperada por não poder mais o controlar, ela tenta reaver o seu “escravo” através da manipulação emocional.
Ela pode ir de um simples dramalhão tentando jogar o outro em uma vala de ingratidão, até o mais inconsequente ato de ameaçar dar cabo da própria vida, caso o alvo de seu controle não volte a seu posto de controlado.
Porém, controlar é uma defesa do inseguro.
A pessoa controladora precisa sempre ter em sua posse um coração enjaulado. Na verdade ela se sente tão inferior, tão carente de amor verdadeiro, que necessita inferiorizar o outro, e fazer com que ele seja eternamente dependente dela, para poder sentir que é importante para alguém.
Mas, mesmo que diga que tudo o que faz é para o bem dele, na verdade, tudo o que ela faz é simplesmente para o seu próprio bem, e essa necessidade de controle, acaba criando um grande conflito na vida da outra pessoa, principalmente se essa pessoa for um filho, pai e mãe, ou um cônjuge.
Aquele que foi manipulado por uma pessoa tão próxima, e consegue enfim se livrar desse controle, acaba preferindo a solidão como companhia predileta para que nunca mais tenha que aturar um ditador ao seu lado.
Na era da liberdade, Nicolás Maduro, Fidel Castro, Kim Jong Un, Xi Jinping são exemplos e sinônimos de insegurança. Quando o controle é maior do que o respeito.
Tenhamos a certeza de que quanto mais controlamos alguém, por mais que consigamos por um tempo que ele faça o que queremos, da forma como queremos, passado algum tempo desse processo, esse alguém vai querer nos ver longe. E o resultado será um rompimento brusco e repleto de mágoas, com poucas possibilidades de reconciliação futura. Visto que, mesmo que a pessoa controladora prometa não mais interferir de forma manipuladora na vida do outro, o outro, terá muita dificuldade em acreditar nisso.
Nas relações é preciso que as partes entendam que a liberdade é o adubo do amor. Sem ela, nada floresce!
*texto de Fabiano de Abreu – Doutor e Mestre em Psicologia da Saúde pela Université Libre des Sciences de l’Homme de Paris; Doutor e Mestre em Ciências da Saúde na área de Psicologia e Neurociência pela Emil Brunner World University;Mestre em psicanálise pelo Instituto e Faculdade Gaio,Unesco; Pós-Graduação em Neuropsicologia pela Cognos de Portugal;Três Pós-Graduações em neurociência,cognitiva, infantil, aprendizagem pela Faveni; Especialização em propriedade elétrica dos Neurônios em Harvard;Especialista em Nutrição Clínica pela TrainingHouse de Portugal.Neurocientista, Neuropsicólogo,Psicólogo,Psicanalista, Jornalista e Filósofo integrante da SPN – Sociedade Portuguesa de Neurociências – 814, da SBNEC – Sociedade Brasileira de Neurociências e Comportamento – 6028488 e da FENS – Federation of European Neuroscience Societies-PT30079.
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