Somos como flores, com sua beleza, seu colorido e seus espinhos.

Nem sempre é fácil abandonar aquilo que nos faz mal. Pode ser que demoremos dias, meses, anos ou até mesmo uma vida inteira para desfazer daquilo que nos incomoda. Dependerá do ponto de vista de cada um de acordo com sua trajetória.

O ser humano se adapta ao meio em que vive. Mais cedo ou mais tarde é capaz de superar qualquer desafio.

Sobrevivemos com um espinho cravado na alma.

Acostumamos a ele e com o tempo nem nos incomoda mais, apesar de estar ali bem quietinho.

Seguimos em frente e levamos uma vida normal como se ele não existisse mais.

Somos como flores coloridas de uma beleza rara com espinhos num lindo jardim.

Todos nós temos uma história de vida diferente apesar das semelhanças dos contextos escritos para nós e por nós mesmos.

Os espinhos fazem parte e são vários: a decepção causada pelas pessoas que mais admiramos, confiamos ou gostamos;

As traições de amigos, de colegas e parentes;

As infidelidades conjugais;

Os assédios moral e sexual;

Os relacionamentos abusivos,

As perdas de pessoas queridas, dos animais de estimação e das coisas que mais gostamos;

As rejeições, fofocas, intrigas, humilhações e puxação de tapete;

A falta de saúde, de dinheiro e de paz;

A falsidade;

As sabotagens e emboscadas preparadas pelos inimigos;

A mentira;

A perda do emprego; o desemprego;

A perda da capacidade física e mental;

A dependência financeira e emocional de alguém…

No decorrer da vida, descobrimos que nada dura para sempre e quando perdemos o que considerávamos importante, essencial e eterno não é nada fácil superar.

Dói e como dói.

Um sofrimento que parece não ter fim.

Não temos super poderes para corrigir o mundo e muito menos para precaver dos males.

Todos nós temos espinhos, mas a maneira de usá-los dependerá da convicção que cada um conseguiu construir no decorrer da vida.

Há pessoas que são como belas flores, que usarão os espinhos como defesa, não deixando nada e nem ninguém interferir na sua estrutura, mantendo-se intactas e lindas.

Aquelas que são como botões de flores que nunca chegarão a desabrochar, pois estarão tão acostumadas a depositar suas vidas nos cuidados de outra pessoa, que o dia que está pessoa resolver deixá-las de lado, sentirão falta e morrerão.

Muitas são como maravilhosos botões de rosa, que realçarão no meio da multidão e serão colhidas, terão seus espinhos retirados, porém morrerão sem ao menos saber o real significado da palavra desabrochar.

Tem ser humano que é como uma flor encontrada no meio do caminho ao acaso por alguém que irá arrancá-la do solo para brincar de bem-me-quer e mal-me-quer, e quando acabar a última pétala (utilidade) é jogada fora sem dó e piedade.

Os “privilegiados” são como flores que nascem, crescem e morrem naturalmente, sabem desfrutar cada fase com sabedoria. Mesmo que perca pétala por pétala gradativamente, cada uma a seu tempo, são capazes de manter-se firmes até o fim.

Os que vivem de boa por algum tempo são como flores que do nada são pisadas, mas mesmo esmagadas ainda continuam vivas por algum tempo.

Outros, como flores que morrem logo, porém deixam seu legado. Suas sementes espalhadas se transformam num belíssimo canteiro.

Alguns com o efeito dominó, em que o vento forte bate em uma, que faz com que esta bata em outra e assim em diante, onde todas saem prejudicadas com perdas de algumas pétalas.

Existem aqueles casos em que o olho gordo ou o desejar coisas ruins é capaz de murchar todas as flores ao redor.

Como toda regra tem exceção e tudo é possível, existem pessoas que são como flores artificiais, vivem uma vida inteira sem espinhos e sendo espinhos na vida dos outros.

São bonitas por fora, porém sem coração por dentro.

Podemos atravessar, no decorrer da vida os piores desertos, que nos deixaram algumas das vezes perplexos, revoltados e sem entender por algum tempo.

Os males (injustiças, corrupções, doença…) que nos cercam são imprevisíveis e geralmente são invisíveis ou feitos às escondidas, o que nos pegam de surpresa.

O que não podemos é deixar a autossabotagem, que é o olhar para os espinhos e não ver a beleza em seu interior, se prolongar.

Só Deus mesmo para nos defender e nos proteger.

Fé não pode faltar.

A beleza está apenas na dádiva da vida e esta é tudo no imenso universo do nada sei.

Foto de Quino Al no Unsplash

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Idelma da Costa, Bacharel em Direito, Pós Graduada em Direito Processual, Gerente Judicial (TJMG), escritora dos livros Apagão, o passo para a superação e O mundo não gira, capota. Tem sido classificada em concursos literários a nível nacional e internacional com suas poesias e contos. Participou como autora convidada do FliAraxá 2018 e 2019 e da Flid 2018.