A leveza mora na simplicidade.

Nada se compara à sensação de leveza quando se vive com simplicidade.

São tantos exemplos corriqueiros encontrados no dia a dia que acabamos deixando passar batido sem sentir sua plenitude.

Somos complicados demais e parece que nunca estamos satisfeitos com nada e corremos atrás daquilo capaz de encher nossos olhos.

Não é à toa o alto investimento em cima das propagandas de encher os olhos.

O marketing sabe muito bem como mexer com a fantasia do ser humano, fazendo assim uma verdadeira lavagem cerebral. Principalmente quando não está bem de alguma forma, com as energias minadas com o desgaste do dia-a-dia.

Funciona como um mecanismo espontâneo, um gatilho que se dispara com a saturação da rotina que acaba cansando, sendo necessário algo a mais.

As mídias sociais já fazem parte da nossa realidade, isso é fato e não tem como lutar contra, mas tem como instruir, levando conhecimento capaz de alertar sobre a diferença entre expectativa e realidade.

Lembro-me dos tempos de infância, numa época em que a televisão era tida como uma grande “vilã”, no sentido de mudar o estilo de vida das pessoas, justificando-se com o deixar de visitar umas as outras, bem como o deixar de se sentar em frente à casa para um bom bate papo enquanto se assistia os filhos brincarem na rua.

As propagandas ditavam o sonho de consumo de todos, os brinquedos, os relógios, as roupas, a sandália de plástico. E para se realizar o sonho, não bastava o ter o relógio, etc.

Tinha que ser daquela marca da propaganda, pouco importando que o produto da marca desconhecida fosse tão bom quanto ao da famosa ou até mais bonito.

Era com certeza muito mais caro e de difícil aquisição. Para as crianças tinha o entrave da última palavra dos pais e esta era respeitada: “se pode, pode e se não pode não pode.”.

Para os adultos esbarrava na dificuldade das linhas de crédito e funcionava da seguinte forma: se tenho dinheiro, posso, caso contrário não. Ninguém morria por causa disso e se adaptavam a possibilidade à realidade.

Acabavam usufruindo dentro das possibilidades mesmo e não fazia diferença alguma.

Se queriam um jantar romântico, improvisavam aquela comida feita com amor para comer em casa mesmo servida numa mesa improvisada nos fundos com rosas colhidas na frente da casa, uma música ao fundo, com vistas para o show das estrelas e o brilho da lua, iluminados com a lamparina, pois sabiam que o que valia mesmo era a boa companhia dos dois pombinhos.

Se queriam assistir a um show e não podiam, combinavam com os amigos de fazerem serenata na casa de alguém, com as músicas que mais gostavam, todos participavam e isso era o bastante para suprir a falta.

A roupa de grife perdia espaço quando respeitada a última tendência da moda, entrava alguém com beleza natural revestida da alegria do sorriso nos lábios, que sobressaia a qualquer marca famosa.

A gentileza e educação daqueles que a pé chegavam valia bem mais que a soberba daqueles que chegavam com o carro do ano. A comida honesta feita com capricho, capaz de ganhar a preferência dos paladares mais sofisticados.

São tantas coisas simples capazes de fazer a diferença em nossas vidas, que só teremos a oportunidade de reconhece-las a partir de um novo olhar, mais atento para não deixá-las despercebidas diante de uma infinidade de possibilidade que nada acrescenta a não ser a perda da paz de espírito ao concluir que não saciam e nada acrescentam.

Não se pode perder a grande chance de encontrar a felicidade nas pequenas coisas e para isso é necessário muito pouco ou quase nada. Dependerá apenas do sentir tudo com a alma capaz de suprir qualquer falta.

Treinar é fundamental, começando com o que nos aquece de fato.

Essa é a essência!

Sem pressa…. Sentir o aroma primeiro para aguçar o mais requintado dos paladares.

Precisamos fazer boas escolhas sempre, usufruindo tudo de bom que a vida a cada segundo tem a nos oferecer com simplicidade.

Optar por a companhia, o gostar do que faz, sentir o sabor do chocolate, beijar com sentimento, viver com emoção.

Coisas capazes de acrescentar e enaltecer.

Enfim, que transformam a água em gelo ou o gelo em água.

Não importa o efeito e sim o reinventar.

Então?

Vamos tomar um café com simplicidade, nos preparando para um novo ano que está prestes a nascer?

É preciso se preparar para a simplicidade, para um brinde de viva a vida repleto de ressignificados de prosperidade e explosão de paz e harmonia.

Equilíbrio sempre!

*Foto de Cody Black no Unsplash

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Idelma da Costa, Bacharel em Direito, Pós Graduada em Direito Processual, Gerente Judicial (TJMG), escritora dos livros Apagão, o passo para a superação e O mundo não gira, capota. Tem sido classificada em concursos literários a nível nacional e internacional com suas poesias e contos. Participou como autora convidada do FliAraxá 2018 e 2019 e da Flid 2018.