Vivemos tempos difíceis. Tempos de falta, de crises, de problemas políticos que parecem não ter fim. De operações lava a jato, de corrupção, desordem e miséria. Não que isso seja novidade na história do Brasil ou do mundo, mas tempos que são complicados para todos as pessoas que passam por elas. E não adianta invejarmos o jardim do vizinho. Invejarmos os países onde essas coisas não acontecem. Cada povo (assim como cada pessoa), precisa aprender com seus carmas. Se todos nós, brasileiros, estamos nesse barco (e lindamente estamos nos mexendo para isso), é porque precisamos aprender com tudo isso.

 
Mas aí me pus a pensar. Por que um político rouba? Basicamente porque ele pode. Porque o sistema é falho e corrupto como um todo. Mas, no frigir dos ovos, o que as pessoas mais querem é dinheiro e poder. O dinheiro, na verdade, na cabeça da maioria é poder. Poder financeiro é o que rege o mundo. Então, vende-se a própria alma, em troca dele.

 
Na verdade, não é isso. Dinheiro não é o vilão da história e sim as pessoas que fazem mal-uso dele. Dinheiro é uma benção dos céus. É algo que nós usamos para satisfazermos as nossas necessidades. Necessidades básicas, como comer e se vestir, e necessidades do espírito, como aprender, ter cultura e boas experiências. No mais, o que realmente existe? Bolsas de grife que custam mais de seis dígitos? Sapatos? Carros que correm mais que a velocidade da luz? Tudo é beleza, sem sombra de dúvida. Modelos, design. Milhares de pessoas trabalhando em projetos audaciosos. A tecnologia evoluindo para o bem da humanidade, isso tudo é lindo. O problema é quando deixamos de sentir esse prazer para ter por ter, ou pior, ter para mostrar para o outro que temos.

 
Uma vida de Facebook, onde viajamos para lugares distantes e comemos comidas caras, mas que não nos dizem nada. Só preenchem uma série de atributos numa imensa lista de quereres (whish list, para os íntimos do inglês). Os “must have”, “must go”, “must eat” da vida, as coisas que inventam que nós, humanos e limitados, deveríamos querer.

 
Você tem que ter. Se você não tem é fracassado. Se você não veste as marcas X, Y, Z (porque não te servem ou você não pode comprar ou preencha com qualquer outro motivo idiota) você não serve. E aí você sai correndo para comprar. Divide em 12 x no cartão de créditos com juros bem “baixinhos”. Trabalha, todos os dias, até as 2 da manhã, deixando seus filhos em casa, sozinhos e sem brincadeiras antes de dormir. Rouba. Se corrompe. Vende-se nas feiras da vida, das empresas, dos políticos, de toda sorte (ou azar) de baboseiras. Pelo que mesmo? Ah, para ter. E parecer ser o que você nem é.

 
Não sei quem falou (sabe como é a internet, creditando frases a quem nunca as proferiu) “Compramos coisas que não queremos, com o dinheiro que não temos para impressionar pessoas que não conhecemos”. É, bem isso meus amigos. Vivemos com tanta parafernália que precisamos de limpeza nos armários de seis em seis meses. Temos sapatos com mais de cinco anos de comprado e com o uso de duas vezes. Sempre, sempre “precisamos” do computador de último modelo. Pegamos filas, quilométricas e demoradas, para almoçar no restaurante da moda. Vendemos nossa alma ao diabo para parecer o que não somos.

 
Na verdade, ninguém precisa viver na merda. É claro que não! Todas as pessoas têm direito a tudo: educação, alimentação adequada, lazer, transporte, saúde. Todos os seres humanos precisam sim brigar por isso, conquistar isso para si e para os seus. E isso tudo usando também a coletividade como alicerce. Mas ser feliz, estar bem, é bem mais simples do que isso.

 
Procure, dentro de você, o que realmente te faz feliz. É uma fila de restaurante caro ou as fritas da sua mãe? São horas de trânsito na estrada num feriado frio ou sentar na frente do seu seriado favorito com um balde de pipocas, mesmo que isso não seja considerado muito “cool”. É ser feliz ou ser legal?

 
Prospere. Ganhe! Invista. Tenha, possua, ame coisas lindas e caras. Mas não se venda a elas. Elas só são coisas. Você é um ser humano completo. Procure sim a felicidade nas pequenas coisas, no mais simples. Em olhar a natureza real dos locais, das pessoas. Faça uma ou outra extravagância, mas não roube o seu sono para pagar contas de uma vida que não é sua. Seja o que você é. Aceite isso, de todas as formas possíveis, e saiba que ser feliz independe disso. Depende, isso sim, do quanto você faz por você e consequentemente, faz pelos outros ao seu redor.








Terapeuta porque adora ajudar as pessoas a se entenderem. Escritora pelo mesmo motivo. Apaixonada por moda, dança, canto, fotografia e toda forma de arte. Adora pão de queijo e café com leite e não pretende mudar o mundo, mas, quem sabe, uma pequena parte da visão que temos dele. Espaço Terapêutico Andrea Pavlovitsch Av Dr. Eduardo Cothing, 2448A Vila Formosa - São Paulo - SP +55 (11) 3530 4856 +55 (11) 9.9343 9985 (Whatsapp) [email protected]