Pais que utilizam a tecnologia para acalmar as crianças: Certo ou errado?
Excesso de tecnologia pode prejudicar o desenvolvimento do cérebro das crianças.
A infância é uma das fases mais importantes da vida do ser humano, é nela que as primeiras bases de conhecimentos e interesses são fomentadas. É o momento, no qual, as estruturas cerebrais estão em desenvolvimento contínuo, tendo a neuroplasticidade como importante agente desses estímulos.
Porém, nem todas as informações são boas para a construção de uma personalidade. O celular pode ser um grande vilão, por exemplo.
Precisamos criar maneiras alternativas de conexão para formar a personalidade das crianças, só assim, as ajudaremos a desenvolver uma boa cognição no futuro.
É um comportamento comum dos pais da contemporaneidade utilizarem-se da tecnologia para distrair e acalmar as crianças.
Porém, esse hábito leva a criança a crer que sempre que ela tiver um comportamento parecido, mesmo que negativo, será recompensada com o uso de aparelhos eletrônicos.
Essa conduta pode não só prejudicar a formação da personalidade das crianças, como também o desenvolvimento de áreas importantes do cérebro, como o lobo frontal.
Algumas áreas encefálicas específicas estão mais relacionadas ao processo de aprendizagem e à formação do comportamento do indivíduo. Por isso, a neuroplasticidade dessas áreas é extremamente importante na infância.
Nesta fase, há uma maior capacidade de aprendizagem e crescimento de neurônios, logo, a neuroplasticidade ocorre mais facilmente.
O uso de aparelhos eletrônicos, como celular e TV, são responsáveis pelo desenvolvimento de problemas cognitivos.
Estudos publicados no periódico científico PLOS ONE, mostraram a relação entre o vício em internet e alterações encefálicas, chegando a afetar 38 áreas distintas.
O excesso de exposição às telas está relacionado a problemas como a sonolência diurna, dificuldade de memorização e de aprendizagem.
O meu estudo, publicado na Revista Multidisciplinar Ciência Latina, concluiu que os pais têm um papel fundamental como mediadores na vida das crianças para evitar o vício em telas.
Afinal, existem alternativas mais saudáveis como papel e caneta, leitura de histórias, diversão com jogos não virtuais ou ainda, utilização de quebra-cabeças e esportes.
Se atendermos a essas curiosidades, podemos fomentar uma personalidade curiosa sem prejudicar o desenvolvimento cerebral dos pequenos.
*DA REDAÇÃO RH. Texto de Fabiano de Abreu Rodrigues, PhD, neurocientista, neuropsicólogo, biólogo, historiador, jornalista, psicanalista com pós em antropologia e formação avançada em nutrição clínica. PhD e Mestre em Ciências da Saúde nas áreas de Psicologia e Neurociências pela EBWU na Flórida e tem o título reconhecido pela Universidade Nova de Lisboa; Mestre em Psicanálise pelo Instituto e Faculdade Gaio/Unesco; Pós Graduação em Neuropsicologia pela Cognos em Portugal; Pós Graduação em Neurociência, Neurociência aplicada à aprendizagem, Neurociência em comportamento, neurolinguística e Antropologia pela Faveni do Brasil; Especializações avançadas em Nutrição Clínica pela TrainingHouse em Portugal, The electrical Properties of the Neuron, Neurons and Networks, neuroscience em Harvard nos Estados Unidos; bacharel em Neurociência e Psicologia na EBWU na Flórida e Licenciado em Biologia e também em História pela Faveni do Brasil; Especializações em Inteligência Artificial na IBM e programação em Python na USP; MBA em psicologia positiva na PUC. Membro da SPN – Sociedade Portuguesa de Neurociências – 814; Membro da SBNEC – Sociedade Brasileira de Neurociências e Comportamento – 6028488; Membro da FENS – Federation of European Neuroscience Societies – PT 30079; Contato: [email protected].
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