Às vezes, a ferida emocional é mais dolorosa do que a agressão física.
Não é fácil aceitar quando alguém que a gente ama, nos machuca, a gente chora, treme dos pés a cabeça e finge não acreditar que aquele amor tão bonito se transformou na mais verdadeira personificação do desrespeito.
A gente tenta entender onde errou, mas sem perceber, se coloca em posição de vítima, depois, volta a colocar a culpa em si mesma, como se, nos culpar, fosse apagar a dor que estamos sentindo.
Muitos rezam para que essa dor passe, quando na verdade, o que queríamos mesmo, é que aquilo nunca tivesse acontecido.
Esperamos um pedido de desculpas, mas quando ele não vem, percebemos que, esse pedido, não mudaria muito, ou quase nada, porque não apagaria, nem de leve, a cicatriz que se formou. Mas mesmo assim, seria melhor se o outro se desculpasse.
A ferida dói assim, profundamente, quando é provocada por quem a gente ama. Ela dói tanto, porque achávamos que éramos verdadeiramente amados.
Ser amado é o desejo mais bonito que temos, mas não conseguimos aceitar facilmente que, alguém, que um dia, disse nos amar, pudesse vir a nos tratar com desprezo e, sem um pingo de cuidado.
Chorar já não adianta mais. Conversar já não surte efeito. Reconhecer o erro já não basta. Então, o que devemos fazer quando o mal já foi feito?
Infelizmente o amor comete erros. Muitas vezes, irreparáveis. Erros degradantes. Que marca a alma com balas sem pólvora.
Não existiu um motivo real? Mas realmente existe o verme da desilusão que corrói e destrói tudo por onde passa. O verme da incompreensão. O verme da intolerância. O verme do desamor.
A podridão interna que acha que pode agir como bem entender, que pode ferir, magoar, maltratar… que segue malbaratando o tempo, afogando lembranças e enterrando o amor, sem que tenhamos chance de viver o “felizes para sempre”.
E como a gente sonha com essa tal felicidade, não é mesmo?
“Era para ter sido só felicidade!”, pensamos. “Éramos dois corações querendo felicidade, mas o outro, escolheu o sofrimento”.
Duas vidas entrelaçadas, jurando amizade sincera, vivendo um querer bem, sem motivo, com toda a vida pela frente.
Quem já viveu o amor sabe que, duas vidas, se abrem e, se entregam, inteiramente e, não se esquecem jamais, quando fazem bem uma para a outra. Mas também é difícil esquecer, quando nos fazem mal.
O amor é o sentimento que mais se encaixa na gentileza. Mas desrespeito gera desamor.
Quanto mais se ama, maior o desejo de que a pessoa não tivesse feito o que fez.
Quanto mais se ama, mais vezes se tenta perdoar.
Quanto mais se ama, mais queremos esquecer a dor para continuar a viver.
Mas o fato é que, o amor, deveria ser um cuidado constante com o outro e nunca deveria causar dor.
Na maioria das vezes, a ferida emocional é mais dolorosa do que a agressão física.
No entanto, quando se ama intensamente e existe um distúrbio de comportamento dentro da relação, uma disfunção agressiva, um maltratar sem motivo para extravasar suas dores existenciais naquele que só deseja o seu bem, é hora de arrumar as malas e impor limites.
Aquele que deveria ser tratado com palavras doces e com carinho, começa a receber todas os lixos emocionais que estão sendo alimentados pelo parceiro. Começa a ser destratado sem aviso prévio e sem merecer. Por mais que tentemos entender, não há como compreender comportamentos incompreensíveis.
Só podemos entender que, aquele que agride, só o faz, porque está infeliz. Porque uma pessoa feliz, não faz mal a ninguém.
Infelizmente, devemos aceitar que não existe amor onde se prova a dor. A ferida pode cicatrizar, mas ela vai precisar de um profundo amor-próprio para que não deixe marcas maiores.
Por isso que não é necessário entender o outro, é preciso entender a si mesmo, o que de fato, a gente merece. E com certeza, a gente não merece ser destratado. A gente precisa entender que, às vezes, o melhor é se afastar, se recolher e ir viver a própria vida. Que o importante é não aceitar a agressão. Depois, precisamos aprender a lição, para que ela não venha a se repetir em uma próxima relação!
Esse pensamento me fez lembrar a máxima:
“É preciso saber se retirar da mesa quando se percebe que o amor não está sendo mais servido”. E se for para voltar, que seja apenas, quando a mesa estiver extremamente farta!
Às vezes, a ferida emocional é mais dolorosa do que a agressão física. Não é fácil aceitar quando o amor se transforma em desrespeito. E a gente não deve aceitar!
*DA REDAÇÃO RH. Texto de Iara Fonseca, jornalista, escritora, editora de conteúdo dos portais Resiliência Humana, Seu Amigo Guru, Homem na Prática e Taróloga. Para agendar uma SESSÃO DE AUTOEXPANSSÃO com a Iara, mande um direct para @ESCRITORAIARAFONSECA
*Foto de Nikolay Hristov no Unsplash.
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