Jeffrey Dahmer: A mente de um Serial Killer
O Serial Killer americano Jeffrey Dahmer ganhou destaque nos últimos dias após o lançamento da nova série da Netflix “Dahmer: Um canibal americano”, consagrada a melhor semana de estréia já registrada na história da plataforma.
A série retrata, com requintes de detalhes, a história de um dos assassinos mais perversos do século XX, que até hoje, gera debates acerca de como os transtornos mentais podem moldar um assassino que não se satisfaz apenas com a morte e tem atitude de necrofilia e canibalismo.
Dahmer chocou o mundo com as atrocidades que cometeu, o que faz muitos se pergutarem o que está por trás das ações de um serial killer.
Quem foi Jeffrey Dahmer?
Jeffrey Dahmer nasceu em 1960 na cidade americana de Milwaukee, durante a infância foi uma criança solitária, seus pais viviam discutindo e era incentivado pelo pai que, como cientista, fez nascer no menino um interesse em carcaças de animais mortos e em como conservar os seus esqueletos.
Durante a adolescência iniciou seu vício em álcool, chamado por ele de ‘remédio’, e em cigarro, nessa idade se descobriu homossexual e começou a se relacionar com garotos, um deles foi a sua primeira vítima, morto com um peso de academia e enterrado na sua própria casa.
Foi preso duas vezes por comportamento inadequado, dispensado do exército e de diversos empregos também pelo seu vício em bebidas.
Jeffrey matou oficialmente, 17 pessoas e praticava atos de necrofilia e canibalismo com seus corpos, chegando a guardar partes deles na geladeira.
Ele foi preso e condenado à diversas prisões perpétuas, mas foi assassinado na cadeia em 1991 por um preso que sofria de transtornos mentai. Seu cérebro, apesar do pedido de sua mãe e de especialistas que fosse estudado, acabou sendo cremado por ordem judicial a pedido do seu pai.
Os transtornos de Jeffrey Dahmer
Como neurocientista, eu entendo que a formação de serial killer tiveram como gatilho os acontecimentos da sua infância.
Ele não era um psicopata. Psicopatas tendem a buscar conexões significativas com os outros, já os com impulsos canibais, desenvolvem apegos extremos, são mais inseguros e têm dificuldade em manter relacionamentos.
Ingerir a vítima é uma demonstração de poder absoluto e de “eternizar” a vítima dentro dele.
Isso tem relação com o abandono sofrido na infância e com a não aceitação das pessoas pelo seu jeito, que causava estranheza.
Há também a possibilidades de ter sofrido maus tratos de seus pais, omitidos por eles à justiça.
Transtornos
O transtorno de personalidade limítrofe/Borderline afeta a percepção sobre si e sobre os outros, causando problemas na vida cotidiana, incluindo problemas de auto imagem, dificuldade em gerenciar emoções e comportamentos e um padrão de relacionamentos instáveis.
O transtorno de personalidade esquizotípica é caracterizado por ansiedade social grave, transtorno do pensamento, desrealização, e muitas vezes crenças não convencionais.
Eles sentem desconforto em manter relacionamentos próximos e os evitam.
Por fim, os transtornos psicóticos são transtornos mentais graves que causam pensamentos e percepções anormais.
Os acontecimentos ao longo de sua vida formam gatilhos desencadeadores. Já havia um precursor genético que junto à má criação e acontecimentos desencadearam o que hoje sabemos.
Como funciona o cérebro de um assassino?
O cérebro de um Serial Killer interpreta o mundo de uma forma completamente diferente.
É observado em assassinos o funcionamento incomum em regiões subcorticais, incluindo amígdala, hipocampo e tálamo, a amígdala, o hipocampo e o córtex pré-frontal estão envolvidos no controle da emoção; juntamente com o tálamo, são fundamentais para a aprendizagem, memória e atenção.
Anormalidades na amígdala está de acordo com a teoria destemida da violência, uma vez que os ofensores têm reduzido a excitação autonômica – gera surtos de raiva, hipervigilância, problemas de concentração.
Em teste de Varredura cerebral (PET) é percebida a falta de ativação no córtex pré-frontal no assassino. O funcionamento deficiente do córtex pré-frontal predispõe um indivíduo à violência de várias maneiras:
Em um nível neurofisiológico, o funcionamento pré-frontal reduzido pode resultar em perda de controle sobre estruturas subcorticais como a amígdala, relacionada à origem de sentimentos agressivos.
Em um nível neurocomportamental, o dano pré-frontal é associado a irresponsabilidade, quebra de regras, explosões emocionais e agressivas e comportamento argumentativo – todos os quais predispõem a atos criminosos violentos.
No nível da personalidade, o dano frontal está associado à impulsividade, perda de autocontrole, imaturidade, falta de tato, incapacidade de modificar e inibir o comportamento adequadamente e mau julgamento social.
Também foram encontrados em assassinos, redução do funcionamento do corpo caloso, a faixa de fibras nervosas brancas de comunicação entre os hemisférios cerebrais esquerdo e direito.
O hemisfério direito gera emoções negativas e inibe o funcionamento do hemisfério esquerdo, responsável por inibir a tendência de matar do hemisfério direito.
*DA REDAÇÃO RH. Texto de Fabiano de Abreu Rodrigues, PhD, neurocientista, neuropsicólogo, biólogo, historiador, jornalista, psicanalista com pós em antropologia e formação avançada em nutrição clínica. PhD e Mestre em Ciências da Saúde nas áreas de Psicologia e Neurociências pela EBWU na Flórida e tem o título reconhecido pela Universidade Nova de Lisboa; Mestre em Psicanálise pelo Instituto e Faculdade Gaio/Unesco; Pós Graduação em Neuropsicologia pela Cognos em Portugal; Pós Graduação em Neurociência, Neurociência aplicada à aprendizagem, Neurociência em comportamento, neurolinguística e Antropologia pela Faveni do Brasil; Especializações avançadas em Nutrição Clínica pela TrainingHouse em Portugal, The electrical Properties of the Neuron, Neurons and Networks, neuroscience em Harvard nos Estados Unidos; bacharel em Neurociência e Psicologia na EBWU na Flórida e Licenciado em Biologia e também em História pela Faveni do Brasil; Especializações em Inteligência Artificial na IBM e programação em Python na USP; MBA em psicologia positiva na PUC. Membro da SPN – Sociedade Portuguesa de Neurociências – 814; Membro da SBNEC – Sociedade Brasileira de Neurociências e Comportamento – 6028488; Membro da FENS – Federation of European Neuroscience Societies – PT 30079; Contato: [email protected]
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