Você já percebeu que pessoas mais velhas têm um odor característico? Esse fenômeno, conhecido popularmente como “cheiro de idoso”, é cientificamente comprovado.

Mas por que isso ocorre?

O cheiro corporal muda com a idade

Diversos fatores influenciam o odor corporal humano, incluindo hormônios, metabolismo, dieta e higiene pessoal. No entanto, um dos principais responsáveis pelo “cheiro de idoso” é o composto químico 2-Nonenal.

A partir dos 40 anos, essa substância, que é gerada pela oxidação dos lipídeos na pele, torna-se mais evidente, intensificando-se após os 70 anos.

O 2-Nonenal tem um aroma descrito como “gorduroso e levemente herbáceo” e pessoas com boa higiene ainda conseguem percebê-lo. Com o envelhecimento, também ocorrem mudanças na composição da pele e na flora bacteriana, contribuindo ainda mais para esse odor característico.

Por que nosso olfato distingue a idade pelo cheiro?

Pesquisadores especulam que a capacidade humana de perceber a idade pelo odor pode ter uma função evolutiva. Em diversas espécies animais, o cheiro é um fator essencial na seleção de parceiros, assim, identificação de parentes e detecção de doenças.

No caso dos humanos, essa habilidade pode ter ajudado ancestrais a reconhecer indivíduos mais velhos dentro do grupo e avaliar seu estado de saúde.

Outra hipótese é que o olfato seja uma ferramenta de proteção social. Dessa maneira, permitindo diferenciar indivíduos doentes ou identificar aqueles que necessitam de maior cuidado.

O que pode influenciar o “cheiro de idoso'”?

Embora o 2-Nonenal seja um dos principais responsáveis pelo odor característico da velhice, outros fatores também podem influenciar essa percepção:

  • Dieta: Alimentos ricos em antioxidantes, como frutas e vegetais, podem reduzir a oxidação dos lipídeos na pele, ajudando a minimizar o cheiro.
  • Hidratação: Beber água suficiente pode ajudar na regulação da composição da pele.
  • Higiene e produtos de cuidado: Sabonetes, loções e perfumes específicos podem neutralizar odores indesejados.
  • Fatores ambientais: O clima e o nível de poluição também afetam a forma como os compostos químicos da pele interagem com o ar.

O que ainda precisa ser descoberto?

Apesar das descobertas sobre o “cheiro de idoso”, ainda existem muitas perguntas sem resposta. Desse modo, os cientistas continuam investigando como fatores como gênero, estilo de vida e cultura influenciam esse odor.

Também estão explorando formas de reduzir ou modificar esse cheiro para melhorar o bem-estar e a autoestima dos idosos.

Enquanto pesquisadores conduzem novas pesquisas, uma coisa é certa: nosso olfato é uma ferramenta incrível que pode revelar muito mais sobre as pessoas do que imaginamos.

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