Podemos fechar os olhos e acreditar apenas no que queremos, mas a verdade é que o interesse e o desinteresse são atitudes mais explícitas que o amor.
Para começo de conversa, tenhamos claro que o interesse é a mola que impulsiona o mundo. Seja por pessoas, objetivos ou relacionamentos, o que faz as pessoas permanecerem focadas em algo é a forma como elas alimentam os seus interesses.
O problema é que há muitas pessoas interessadas em alcançar um objetivo e poucas pessoas interessantes que, de fato, o mereciam ter.
Pessoas interessantes são tão raras que Bukowski, em “O capitão saiu para o almoço e os marinheiros tomaram conta do navio”, de 1999, chegou a questionar: “Por que há tão poucas pessoas interessantes? Em milhões, por que não há algumas?” Convenhamos, o autor estava certo.
Qual a diferença entre elas?
É sempre bom ressaltar que há uma grande diferença entre pessoas interessantes e pessoas interessadas. Pessoas interessantes representam um número seleto daquelas que fazem a vida melhor. São pessoas raras, com as quais você tem liberdade de trocar conhecimento e opiniões sem ser julgado por isso. São as que oferecem momentos de boa qualidade, independentemente do tempo. Honestas, constantes e equilibradas, promovem relacionamentos sadios e duradouros (e note que isso não se limita a relacionamentos amorosos).
Pessoas interessadas, não, pessoas interessadas são movidas pelo imediatismo e focam no objetivo (seja ele profissional, sentimental ou social) como meta de vida. Não que isso seja ruim, mas ser uma pessoa interessada não basta para ser uma pessoa interessante.
Vamos a um exemplo clássico: os relacionamentos amorosos. Pessoas interessadas focam em um relacionamento amoroso como condição de felicidade. Tentam, convencem e insistem na relação a ponto de não aguentar mais, afinal, acreditam que é melhor estarem acompanhadas e sofrendo do que felizes e sozinhas.
Já uma pessoa interessante dificilmente insiste em algo que não seja um objetivo profissional, pois entendem que nenhuma relação pode dar certo sem autonomia e sem o desenvolvimento de sentimentos recíprocos. Simples assim!
Portanto, antes de ser interessado, seja interessante. É melhor aprender a dominar os efeitos que as emoções nos causam do que ser escravo de todas elas.