A pandemia me lembrou que a vida é curta e o melhor que tenho a fazer é vivê-la com mais intensidade, oferecendo ao mundo o que eu tenho de melhor.
Ela nos pegou de surpresa e disse não, repetidamente, a todos os nossos sonhos e desejos imediatos. Tivemos que trabalhar o desapego, a paciência e esperar, nos isolar das pessoas que mais amamos e viver tempos de incerteza.
Passamos a temer um aperto de mão, um abraço e um beijo então, virou coisa do passado.
Por essas e por outras, depois de tantos nãos que a pandemia me disse, resolvi dizer “sim” para mim sempre que posso!
Mas aprendi que os “nãos” que recebemos, diante da pandemia, também é uma maravilhosa lição;
Ela reafirmou algo que eu já sabia, mas que muitos ainda não compreendem: o poder do NÃO. A magia que existe nessa palavra que, a maioria de nós, pensa ser apenas negativa.
Dizer não é um ato de libertação e de individuação, não é atoa que durante a pandemia recebemos inúmeros nãos e, esses nãos, agiram como ferramentas da vida para nos proteger de nós mesmos.
Nos proteger da loucura que estávamos fazendo da vida, das ações às cegas, das sujeiras que jogávamos para de baixo do tapete para não ter que ver, dos egoísmos, das prevaricações que nos levavam a agir apenas visando o nosso próprio interesse, das más ações, das atitudes inconscientes que nos adoeciam sem que pudéssemos perceber.
O mundo se fechou como se houvessem portas físicas, o medo se instalou nas casas dos ricos e dos pobres, mas muitas pessoas continuaram vivendo normalmente como se o vírus fosse mais uma de suas brincadeiras irresponsáveis.
Em uma noite, meditando, antes de dormir, eu pensei em voz alta: “Eu era feliz”. E eu era.
E como uma das minhas maiores qualidades é ser positivo, trouxe essa frase para o presente. Então gritei: “Eu sou feliz!” e, passei a dizer sim para coisas simples que me faziam feliz e que, devido a correria dos dias, eu nunca podia me dar ao direito de fazer.
Comecei a escrever tudo o que me fazia feliz no presente, tudo o que eu poderia fazer para ser melhor a partir de então.
Durante a maior parte da minha vida disse sim a coisas e situações que não faziam sentido pra mim, só para agradar outras pessoas.
Sofri muito até despertar para a necessidade de dizer não. Só quando aprendi a impor limites e disse não a tudo o que me machucava, me tornei uma pessoa melhor e, me senti livre da necessidade de ser aceito.
Essa liberdade me fez mais forte mas, o engraçado é que, foi exatamente essa liberdade que a pandemia nos tirou.
Minto, não achei nada engraçado no início e, como todo mundo, passei por um período de insegurança, afinal, o que estaria por vir?
Mas como não sou de olhar o copo meio vazio, passei a buscar soluções em vez de criar mais problemas. E, foi assim, focado nas soluções que eu encontrei a minha melhor versão para superar as privações da pandemia e consegui enxergar oportunidades onde muitos não viam.
Passei a compreender as lições que a pandemia têm a me ensinar. E uma das lições mais preciosas que aprendi com a pandemia foi:
“Quando não sabemos ou não queremos dizer não para tudo o que nos machuca e que fere o sentido da nossa existência, a vida se encarrega em dizer”.
Por um lado, o momento não poderia ter sido pior; por outro, não poderia ter sido melhor.
Não entrei em uma bolha, nem deixei para trás o estresse de ser autônomo ou as minhas preocupações em manter meus filhos saudáveis - física e mentalmente – durante esse período. Mas eu me permiti sentir algo diferente de tudo isso. Me permiti dizer sim para mim.
Passei a focar em tudo que ainda é possível e, foi assim, que alcancei o que antes parecia impossível, o bem-estar em plena pandemia.
Desse bem-estar, surgiram muitas ideias colaborativas e pude ajudar inúmeras pessoas, mas a pessoa mais ajudada nesse período, sem dúvidas, fui eu.
De muitas maneiras, a pandemia mudou as apostas. Isso me lembrou que a vida é curta e a melhor coisa que posso fazer é vivê-la – não apenas sobreviver aos dias, mas vivê-la de verdade.
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Embora os dias de isolamento, muitas vezes, pareçam longos, eles me fizeram acordar para a verdade de que esta vida é única e efêmera. Pode não ser a ideal, mas é tudo o que temos.
Eu sei que este ano será lembrado como o ano das máscaras, o ano do álcool em gel, o ano do Zoom. Mas o que eu quero lembrar desta época – e o que eu quero que meus filhos lembrem – é dos nãos que precisam ser ditos e dos sins que nos trouxeram compaixão e união.
Quero que se lembrem das tarefas em família, dos jantares improvisados, dos jogos divertidos, do tempo em meio a natureza, de todas as coisas que fizemos, não das coisas que não fomos capazes de fazer.
A pandemia pode ter nos roubado muitos sorrisos, ter trazido muitas tristezas, perdemos pessoas, muitas pessoas amadas e, as vidas que perdemos não voltarão, essa é a verdade mais difícil de engolir.
Porém, os nãos que a vida nos enviou foram lições para que pudéssemos entender que a vida não deve ser desperdiçada e, muito menos, negligenciada com ações inconscientes que possuem o poder de abreviar os nossos sonhos.
Devemos fazer a nossa parte, que assim, Deus fará a parte Dele, mas se continuarmos levando a vida com a barriga, como muitos estavam fazendo antes da pandemia, teremos que ouvir sonoros nãos da vida daqui pra frente.
Por isso, escolha dizer não, com a experiência dos nãos que foram impostos a você durante a pandemia. Entenda quais são as suas necessidades e vá em busca de as satisfazer com as ferramentas que você dispõe agora. A vida não espera a sua vontade, ela traz lições certeiras para cada um de nós e, você e eu, só teremos uma escolha: Aprender com elas.
Se você ainda está se sentindo perdido talvez você não tenha aprendido a lição ou nem sabe qual é. Se esse é o seu caso, procure ajuda terapêutica, essa é a hora de encontrar a sua melhor versão. Me chame no direct @rhamuche, eu posso te ajudar!
*DA REDAÇÃO RH. Texto de Robson Hamuche, idealizador do Resiliência Humana, terapeuta transpessoal e Constelador Familiar. Foto de Önder Örtel no Unsplash.
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