Sobre aprender a aceitar as escolhas de quem não quer ficar
Eu demorei muito para entender que não podemos mudar as pessoas. Por um bom tempo achava que as minhas atitudes seriam capazes de abrir os olhos do outro e fazê-lo compreender que ele precisava ficar ao meu lado. Aprendi na marra que não é bem assim. Só depois de quebrar a cara muitas vezes finalmente me dei conta de que as pessoas não mudam quando queremos, elas mudam quando decidem mudar. E mudam por elas.
É difícil aceitar essa verdade. Os filmes de Hollywood introduzem na nossa cabeça que quando o mocinho faz tal coisa, a mocinha percebe que precisa mudar para ficar com ele. Então eles ficam juntos no final de tudo, pois ela muda para não perdê-lo. Não é bem assim… Claro que podem acontecer coisas parecidas na vida real, mas o que não fica claro nos filmes é que a mocinha ou o mocinho nunca mudam pelo outro, eles mudam por si mesmos.
Quando decidimos mudar algo em nós para manter um relacionamento ou qualquer outra coisa, na verdade estamos mudando por nós. Estamos mudando porque no fim do dia queremos ser pessoas melhores capazes de mantermos o outro em nossas vidas. Isso não é tão óbvio, mas é como tudo acontece. Mudamos por nós, não pelos outros. E quando teimamos em insistir que o outro mude por nós, nunca funciona. O outro precisa querer mudar, caso contrário fará aquilo forçado e não se sentirá feliz.
Só depois de tentar forçar muitas mudanças nas pessoas que me dei conta de que não funcionava desse jeito. Não adiantava nada querer obrigar o outro a ser ou fazer algo que ele não queria. Muitas vezes tentei provocar certas mudanças no outro com o objetivo de que a pessoa ficasse ao meu lado. Nunca deu certo.
Demorei para aprender, mas hoje sei que as pessoas mudam por si mesmas e não pelos outros. E está tudo bem, pois quando o outro faz questão de ficar na sua vida, com certeza se importará em ser alguém melhor para você e as mudanças serão completamente naturais. Já aqueles que decidirem ir embora nos deixarão a lição de que não poderia ser diferente, afinal, não podemos fazer ninguém mudar por nós.