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Amar é como respirar: se não está sendo automático é porque tem alguma coisa errada…

Você pode viver com respiração mecânica? Pode. Por um tempo, não para sempre.

Da mesma forma eu lhe pergunto sobre o amor. Pode viver com um amor mecânico, forçado, difícil? Pode… por um tempo, não para sempre.

Porque se você se descuidar um pouquinho, vai faltar-lhe o ar. Do mesmo jeito, se você se descuidar um pouquinho, dá a impressão que lhe falta o amor.
Amor tem que ser fluido, automático, involuntário. Não se pode cobrar amor o tempo todo de uma outra pessoa. Podemos, no máximo, exigir atitudes, mas sentimentos… nunca. Ninguém ama por obrigação, chantagem ou por querer.

Imagina se tivéssemos que ficar, a todo instante, lembrando-nos de que temos que respirar, fazendo força para puxar o ar… esquecendo-nos. A você parece improvável?

Então, da mesma maneira tem que lhe parecer improvável também, estar com alguém, a quem você tenha que lembrar o tempo inteiro de que você existe! Que está ali, que precisa de atenção.

Ninguém vive bem com oxigenação reduzida. Causa danos irreversíveis.

Exatamente como o amor. Ninguém vive bem com sentimentos reduzidos, com amor escasso. Causa danos irreversíveis.
Você pode perder o ar por breves momentos. Para dar um mergulho gostoso, um beijo apaixonado, um abraço forte. Um suspiro de alívio. Porque são esses pequenos momentos que nos fazem perceber que estamos vivos. Quando, enfim, soltamos o ar do pulmão cheio, retomamos o fôlego, ritmamos outra vez as batidas do coração.

Dessa forma é o amor. Há que nos tomar o ar num ímpeto e devolvê-lo rapidamente com euforia. Há de nos tranquilizar à noite, e pela manhã seguinte nos inundar de adrenalina. Há que nos oferecer paz como uma rede entre coqueiros numa praia deserta, e há, necessariamente, que nos tirar o sossego, vez ou outra. Há que se equilibrar na tênue e frágil linha entre a serenidade e apatia. Entre a insanidade e a loucura. Entre a diplomacia e a covardia. Entre a doença e a cura.

Entre o inevitável e o pecaminoso. Entre o “fazer questão” e a obrigação.

Entre a adoração e a veneração. Entre o próprio amor e a paixão.
Se não acelera o coração, nos faz sorrir as pupilas e suar as mãos… Se não excita num olhar e se necessita muita explicação… não é amor, meu caro. Apenas uma alusão…

E por mais inventivo que o amor pareça, não dá pra viver na ficção, às margens de uma corrente sanguínea tranquila… sem sobressaltos e sem nenhuma gota de paixão.

Não dá pra viver esperando atitudes que não vêm. Pois atitudes só existem onde há INTENÇÃO. Se o outro não faz, é porque para ele está bom desse jeito. É porque ele não sente a necessidade e não tem VONTADE. É de fácil compreensão. Não dá para viver exigindo reciprocidade. Forçando uma falsa cumplicidade, anulando as próprias vontades, para tentar se enquadrar ao que não se é o ideal.

E o ideal de “AMOR” é variável e pessoal. E intransferível.
O que você pode fazer é se conformar em viver desse jeito. Mas, você conformar-se-ia em viver respirando mal, por indução?

Portanto, se você não está recebendo o que gostaria, vá em busca de alguém com o ideal romântico mais próximo ao seu. Não existem pessoas erradas e pessoas corretas, existem pessoas DIFERENTES. O que é certo pra gente, pode não ser para o outro.

É isso que compõe, é química, é algo além da mera atração. Amar sozinho não é amor… é desespero. É medo da solidão.

Por sorte, ainda existe nesse mundo, fartura em oxigênio… e amor. Ame (e respire!) sem moderação!

Bruna Stamato

"Mãe, mulher, geminiana, maluca e uma eterna sonhadora!"

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