Essa busca obrigatória pela felicidade é incentivada por diversos coaches motivacionais e também pela vida virtual. Nesta última, a maioria publica uma vida feliz inventada, que mesmo que os objetos e locais sejam comprados por quem publicou a foto, a realidade da felicidade não está nas imagens propostas e, sim, numa realidade que não podemos ver atrás da tela.
Toda essa obrigação fez com que nos contentássemos ou nos forçássemos a simplesmente nos contentar em não ser infelizes, já que não conquistamos a tal felicidade, até porque a felicidade são emoções de potências variadas em que a plenitude é o que seria a verdadeira meta de vida.
A receita para a felicidade é a conclusão dos seus planos com resultado positivo.
Quem imita a felicidade do outro não encontra a própria felicidade, pois a felicidade do outro é o resultado da vida dele e de todos seus pormenores. O mundo perfeito pode ser perfeito para si e não para os outros, e os outros, não gostando desse seu mundo perfeito, vão levar a insatisfação até si e seu mundo deixará de ser perfeito.
Para tentar dar qualquer coordenada para uma melhor vida, nunca perfeita, pois o perfeito faria com que a vida não tivesse graça, tornando-se assim imperfeita, vou descrever alguns pontos que penso serem cruciais para buscarmos a plenitude.
Se houvesse como ter uma vida perfeita, esta se tornaria imperfeita, pois a perfeição eliminaria as derrotas que antecedem as vitórias para que o prazer seja mais intenso.
Definição de plenitude: “Plenitude é uma felicidade inconsciente e subconsciente. Ser feliz são momentos, e felicidade é uma potência variada, de acordo com o acontecimento. Ter plenitude é ter tranquilidade, é sentir-se realizado e assim ter o que chamo de paz interna. É um tipo de felicidade constante em uma potência baixa e com pequenas oscilações.”
O que é primordial para uma vida plena? Quais são os valores essenciais? Segurança e liberdade. Mas muita segurança nos faz perder a liberdade e muita liberdade nos faz perder a segurança. Aqui entra o equilíbrio.
A liberdade conquistada tem mais valor, ela pesa como determinação, quando não é conquistada, quando é forçada, não dá a sensação de ser livre. Uma liberdade que não é governada é difícil de ser exercida. Ausência de tábua de valores, de regras, não há critérios nem parâmetros. A liberdade vem do oposto da obrigação. A liberdade está vinculado à solidão pois, sem as regras, não há obrigação social e isso nos torna individualistas.
Partindo desses princípios, pontuo então três tópicos que podem ser a melhor receita para uma vida mais plena, ou seja, para a tal felicidade: metas, humildade e equilíbrio.
Todos os elementos da vida devem ser equilibrados, todas as emoções, sentimentos e comportamentos humanos.
Metas – alguns chamam de sonho; sem metas não há motivação. As metas constantes não dão tempo para algumas enfermidades humanas. Elas impulsionam o que chamo de motivo de vida. A meta faz com que não vejamos o tempo passar, ela nos faz esquecer da morte e ter esperança na vida.
As metas são sinônimos de sonhos e são motivos de vida, já que dão razão ao cotidiano.
Praticar as ações para construir ideias que ainda não saíram do papel. As metas são os sonhos de futuros para um melhor presente. Viva o presente, mas acreditando que terá um bom futuro já que possui projetos para que seu próximo presente seja tão bom ou igual a este momento. Ao ler este texto, sinta-se feliz com o conhecimento adquirido e o despertar de ideias, não tenha pressa do que fará depois, fique confortável com o que terá no futuro, pois você está cheio de metas, mas jamais deixe de aproveitar este momento.
O seu momento presente é sempre melhor do que o seu futuro incerto.
Não reclame da vida nem para si nem para o ,pois ninguém gosta de ouvir pessoas negativas. Incentive-se a si próprio e cultive o bom sentimento, pois há um mundo cheio de metas a alcançar. Caso o seu projeto não dê certo, mude-o ou adapte-o; há sempre tempo e oportunidades para recomeçar. Tenha ciência de que o erro pode ser o acerto. Falhamos e podemos usar a falha como argumento de aprendizagem para que alcancemos o melhor nas nossas conquistas.
Contudo, a meta pode também se tornar uma adversária da esperança, pois pode lhe dar um resultado concreto. A própria esperança sem ação pode se tornar um entrave na forma que nos dedicamos a alcançar o objetivo.
A esperança é a última que morre, mas pode ser a primeira a nos matar.
Se você vive na esperança e não se move, é como nadar, nadar e morrer na praia. Quando as suas metas não são alcançadas, é porque a vida e os acontecimentos adversos o afastaram da esperança de as conseguir atingir ou então você ficou pela esperança e não praticou as ações necessárias para que tivesse os resultados pretendidos.
Não se esqueça de que “somos projetistas da própria vida. Os projetos são metas, as metas são determinadas com ações e as ações ocupam a mente.”
Humildade – a humildade cognitiva natural é aquela que é exercida ao longo da vida como uma propriedade intelectual da consciência do retorno positivo. Aprender a ser humildes, fazer dessa humildade um costume e filosofia de vida nos ajuda a atingir um terceiro ponto fulcral: o equilíbrio.
Equilíbrio – beber pouca água faz mal, mas em demasia também não faz bem. Tudo o que é exagerado na vida pode ser ruim, mas o que é diminuto dá pouco resultado.
Parte da nossa vida depende das nossas escolhas, a outra é obra do acaso. Nossos objetivos, planos e rotinas não são plenamente controlados e são geradores de acasos que aumentam percentualmente quando combinados com as nossas escolhas, cujo resultado final são as nossas metas. Um é consequência do outro, manter o equilíbrio é necessário e primordial. Tudo isso é consequência do autorreconhecimento.
Quando nos concentrarmos no autorreconhecimento, alinhamos os pensamentos para que possamos organizar nossas metas, colocando-as em ordem de prioridade.
Valorizamos a vida não pelos outros, mas porque nos colocamos no lugar deles. Os nossos planos pessoais apenas dizem respeito a nós mesmos, caracterizando-se e moldando-se dentro da nossa própria competência de forma a que possamos valorizar a nossa vida.
*texto de Fabiano de Abreu – Doutor e Mestre em Psicologia da Saúde pela Université Libre des Sciences de l’Homme de Paris; Doutor e Mestre em Ciências da Saúde na área de Psicologia e Neurociência pela Emil Brunner World University;Mestre em psicanálise pelo Instituto e Faculdade Gaio,Unesco; Pós-Graduação em Neuropsicologia pela Cognos de Portugal;Três Pós-Graduações em neurociência,cognitiva, infantil, aprendizagem pela Faveni; Especialização em propriedade elétrica dos Neurônios em Harvard;Especialista em Nutrição Clínica pela TrainingHouse de Portugal.Neurocientista, Neuropsicólogo,Psicólogo,Psicanalista, Jornalista e Filósofo integrante da SPN – Sociedade Portuguesa de Neurociências – 814, da SBNEC – Sociedade Brasileira de Neurociências e Comportamento – 6028488 e da FENS – Federation of European Neuroscience Societies-PT30079.
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