Os antigos colocavam a amizade entre as mais altas virtudes. Era um elemento essencial à felicidade e ao pleno florescer da vida. Diz Aristóteles: “pois sem amigos, ninguém escolheria viver, apesar de outros bens”.
Palavras dignas e corretas de serem lembradas num mundo “descartável”. De acordo com o Estagirita, a amizade envolve um estado de caráter, uma virtude.
Segundo Aristóteles, há três tipos de amizade: fundamentada no prazer recíproco da companhia (amizade de prazer), na utilidade da associação (amizade de utilidade) ou na admiração mútua (amizade na virtude). A amizade de prazer e amizade de utilidade não é de permanência, mas de constante variação.
Quando o motivo que os tornou amigos desaparece, a “amizade” se dissolve; pois que existia apenas em relação àquelas circunstâncias. Essas amizades são circunstanciais: pois que o objeto não é amado por ser a pessoa que é, mas pelo que fornece de vantagem ou prazer, conforme o caso.
Logo, compreendo a partir desses dois tipos de amizades, que são frequentes em nossa vida, porque o poeta Vinícius De Moraes dizia:”o uísque é o melhor amigo do homem, o cachorro engarrafado”.
Sem dúvida, o poetinha tinha razão.
Falando de cachorro, sem dúvida, é conhecido como “o melhor amigo do homem”.
Animal de bastante personalidade e muitas qualidades, conquistando facilmente a maioria das pessoas com demonstrações de carinho e afeição. Atualmente, os cães já fazem parte da vida de 37,1 milhões de brasileiros.
A perfeita amizade, afirma Aristóteles: “é a que subsiste entre aqueles que são bons e cuja similaridade consiste na bondade; pois estes desejam o bem do outro de maneira semelhante – na medida em que são bons (e são bons em si mesmos); e são especialmente amigos aqueles que desejam o bem a seus amigos por si mesmos, porque assim se sentem em relação a eles, e não por uma mera questão de circunstâncias; assim a Amizade entre esses homens permanece enquanto eles são bons; e a bondade traz em si um princípio de permanência”.
É raro e são poucas as probabilidades da Amizade genuína durante a nossa bruxuleante existência.
Assim, Martinho Lutero numa alusão à amizade canina-humana, profere: “existem três tipos de cachorros (amigos) perigosos – a ingratidão, a soberba e a inveja, quando mordem deixam uma ferida profunda”.