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AONDE O AMOR VAI QUANDO ELE ACABA?

Sonhei com você pela terceira noite seguida. Você queria fazer parte da minha vida, estava insistente e certo disso, me falava dos planos, dos sonhos, do “nós” e como numa trilogia você entrou por três noites novamente em minha vida. Diz a superstição, que o três é o número ‘finalizante’, como passado, presente e futuro; nascimento, vida e morte; eu, você e ela.

E eu entendi: nunca foi amor!!! Foi tudo, menos o tal do amor. Medo de ficar sozinha, insegurança, orgulho ferido, comodismo, amor fraternal, amor de quem quer cuidar, mas nunca amor de homem e mulher.

Por um tempo eu pensei que era desamor rechaçado do amor, mas não. Na verdade era uma raivinha interna recalcada. E descobri que a raiva não era destinada à você, descobri que tenho resistido em manter você aqui. Talvez uma distração inútil ou uma aposta comigo “mesma” de que eu sempre venço no final ou talvez a simples ideia de que um dia você poderia voltar mesmo que em sonho.

Então entendi que a raiva era por mim, todo aquele ódio que eu pensava sentir por você, na verdade era pra mim, um ódio por mim. Tinha ódio por ter deixado, mesmo a contragosto, você fazer parte dos meus planos, tinha ódio por ter inventado uma semente que nunca existiu e ter feito dela brotar algo imaginário que eu acreditei ser o tal do amor, tinha ódio por mesmo depois de tanto tempo ainda me sentir incomodada com algumas coisinhas do cotidiano que me lembravam você.

Hoje eu vim aqui pra dizer que acabou. Eu venci. Eu lutei contra mim mesma e acabei saindo vitoriosa. Ganhei em sabedoria, perdi em momentos, e quantos momentos cabem em um segundo? Quantas ideias se perdem em um minuto? Quantos amores se vão de repente, como disse Rubem Alves: amar é como ter um pássaro pousado no dedo, quem tem um pássaro pousado no dedo sabe que, a qualquer momento, ele pode voar.

Deixo pra você a caixinha com coisas nossas, agora, vou cuidar de mim!

Carol Daimond

Carol Daimond, mineira de Divinópolis, bacharel em Direito e apaixonada pelas palavras entrelaçadas, mãe, mulher e terapeuta thetahealer, uma mistura de mulher que a cada dia se reinventa em busca da sua melhor entrega em partilha para o mundo. Sua jornada como escritora começou de brincadeira e tem se tornado cada dia mais a sua marca pessoal de verdade e essência.

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