Após 8 anos tentando, jovem da periferia de Fortaleza é aprovada em Medicina: ‘Não tinha um livro’.
Laianne, que é filha de zeladora, passou 8 anos estudando através de apostilas doadas até ser aprovada no vestibular. “Quando fui dizer pra minha mãe, nem ela acreditou. Todo mundo começou a chorar”.
Laianne Plácido Lima, de 25 anos, filha da zeladora da Universidade Federal do Ceará, é um exemplo de determinação e superação. Mesmo sem ter estrutura e materiais adequados para estudar, a jovem da periferia de Fortaleza foi aprovada em Medicina, graças ao seu esforço e perseverança.
Em entrevista, Laianne revelou que estudava pelo celular, pois não tinha um livro e por meio de apostilas doadas foi estudando, mesmo sem computador ou uma mesa para estudar.
“Em casa, eu estudava me balançando na rede, porque não tinha mesa. Pegava o celular, ficava na rede e muitas vezes, quando eu via o pessoal com livros, apostilas e estrutura, pensava ‘meu Deus, nunca vou conseguir’”, relembra a jovem.
Segundo ela, a falta de referências tornava a conquista de uma vaga na universidade uma realidade distante.
“Aqui onde eu vivo, quando você olha pro lado, dificilmente vê exemplos de pessoas que conseguiram entrar numa universidade e se formar. Era uma realidade distante da minha, porque eu não tinha exemplos concretos. As pessoas diziam que era improvável”, lembrou.
“É uma coisa que você pensa ‘por que ainda tô tentando? Isso não faz parte da minha realidade’. Você acaba se autossabotando. Na minha escola, nunca se conversava sobre sonhos, sobre passar numa universidade. Isso também contribuiu”, completou.
No entanto, com muita garra e apoio da mãe, Laianne se matriculou no Curso Pré-Vestibular XII de Maio, o cursinho da Famed/UFC, e frequentava a biblioteca do campus diariamente, das 8h às 22h. Ela também pesquisava sobre doações de materiais e estudava por meio desse material doado.
A aprovação emocionou a família de Laianne. “Tô muito feliz, graças a Deus a minha filha ter alcançado esse objetivo. Porque é muito difícil um filho de um pobre alcançar o que ela alcançou. Foi muita luta. Ano passado, ela passou na Universidade da Bahia, mas como não tive condição de manter ela lá, ela ficou aqui, continuou a estudar”, relata Dona Célia, mãe de Laianne.
A jovem destacou a importância da Lei de Cotas na sua conquista. “Acredito que sem a Lei de Cotas eu não teria entrado de forma nenhuma. Foi a Lei de Cotas que me abriu a porta e a possibilidade de eu entrar na Faculdade de Medicina”, agradeceu.
A história de Laianne é um exemplo de superação e inspiração para muitas pessoas que enfrentam dificuldades em alcançar seus sonhos. O valor do livro, da educação! Com sua dedicação e perseverança, ela mostrou que é possível vencer as adversidades e conquistar um futuro melhor.
*DA REDAÇÃO RH. Com informações do Só Notícia Boa e Diário do NOrdeste.
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