O que você “diz” pode revelar sobre a sua personalidade? Uma nova pesquisa explora a relação entre personalidade e uso da palavra.
A linguagem serve como uma janela para a mente, ou assim dizem os psicólogos. Portanto, não deve ser surpresa que a maneira como falamos possa revelar informações importantes sobre nossos traços de personalidade subjacentes.
Aqui estão cinco das descobertas mais interessantes sobre a conexão entre características pessoais e uso da linguagem que psicólogos fizeram em pesquisas anteriores.
1) Os narcisistas são mais propensos a usar palavrões e menos a usar palavras provisórias, como “talvez”, “quem sabe” e “adivinhar”.
2) Casais que usam mais pronomes “nós” tendem a ser mais interdependentes e satisfeitos em seu relacionamento.
3) Os cristãos tendem a usar mais palavras de emoção positiva do que os ateus.
4) Extrovertidos são mais propensos a ter vozes poderosas. Eles também são menos propensos a usar pronomes em primeira pessoa.
5) O uso da palavra “eu” foi associado a medidas de depressão, emoção negativa e neuroticismo.
Um novo artigo publicado no Journal of Research in Personality adiciona um sexto ponto a esta lista.
Uma equipe de psicólogos liderada por Jiayu Chen, da Universidade Tecnológica de Nanyang em Cingapura, relatou evidências de que extrovertidos são mais propensos a usar “palavras de emoção positiva” e “palavras de processo social”.
Os pesquisadores definem palavras de emoção positiva como palavras que descrevem um estado emocional agradável, como “amor”, “feliz” ou “abençoado” ou que indicam positividade ou otimismo, como “bonito” ou “bom”.
Eles definem palavras de processos sociais como palavras que contêm pronomes pessoais, exceto “eu”, e palavras que indicam intenções sociais, como “compartilhar”, “conversar” e “encontrar”.
“Dada a oportunidade sem precedentes oferecida pelo Big Data, um número crescente de estudos tem tentado prever a personalidade com base em marcadores linguísticos nas mídias sociais usando abordagens de aprendizado de máquina”, afirmam os pesquisadores.
“Por exemplo, descobriu-se que a extroversão está relacionada a palavras de emoção positiva em tweets, atualizações de status do Facebook e blogs.
Além disso, a extroversão está positivamente correlacionada com o uso de palavras de processos sociais em narrativas de si mesmo, ensaios pessoais e e-mails.”
Os pesquisadores realizaram uma meta-análise de 31 dessas pesquisas anteriores para compreender a força da relação entre extroversão e uso de palavras. Entre os estudos, eles encontraram uma correlação pequena, mas estatisticamente significativa.
Por um lado, seu trabalho sugere que os marcadores linguísticos podem não ser tão indicativos dos traços de personalidade subjacentes de alguém.
A correlação média encontrada foi de 0,069 para palavras de emoção positiva e 0,077 para palavras de processos sociais. Isso está longe de ser o poder explicativo contido mesmo em um teste de personalidade resumido.
Por outro lado, pode-se imaginar que os algoritmos de previsão ficarão melhores com o tempo.
“Com um interesse crescente no uso de Big Data para prever a personalidade, nossas descobertas exigem pesquisas futuras para explorar outros métodos de análise linguística e encontrar preditores linguísticos mais fortes de extroversão”, afirmam os pesquisadores.
Na verdade, pesquisas emergentes têm se mostrado promissoras.
Um estudo descobriu que traços de personalidade, como autocontrole e materialismo, podem ser parcialmente previstos a partir da atividade do cartão de crédito.
Outra pesquisa descobriu que a atividade do Facebook e do Twitter está fortemente associada às cinco dimensões da personalidade.
Os pesquisadores também apontam que suas descobertas refletem claramente a definição atual de extroversão.
Eles afirmam:
“Nossas descobertas são consistentes com a conceituação de extroversão como um traço que reflete a tendência de experimentar emoções positivas e se envolver em interações sociais”.
*DA REDAÇÃO RH. Com informações PT. Foto de Dylan Ferreira no Unsplash
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