As pessoas que amamos não morrem, ficam encantadas!” João Guimarães Rosa
No seu discurso de posse na Academia, João Guimarães Rosa contou a história de João Fontoura, a quem chamava de ministro, pelo cargo que ocupou à frente das Relações Exteriores em 1946.
Uma conversa que talvez tenha anotado, como de costume, em um caderno de bolso, como aqueles tantos que integram o seu acervo bem guardado no Instituto de Estudos Brasileiros (IEB) da USP.
Em uma reverência à vida de Fontoura, discursou:
“Mas – o que é um pormenor de ausência.
Faz diferença?
Choras os que não devias chorar.
O homem desperto nem pelos mortos nem pelos vivos se enluta” – Krishna instrui Arjuna, no Bhágavad Gita.
A gente morre é para provar que viveu.
Só o epitáfio é fórmula lapidar.
Elogio que vale, em si, perfeito único, sumário: JOÃO NEVES DA FONTOURA.
Alegremo-nos, suspensas ingentes lâmpadas. E: “Sobe a luz sobre o justo e dá-se ao teso coração alegria!” – desfere então o salmo. As pessoas não morrem, ficam encantadas.”
Três dias depois de ser empossado na Academia Brasileira de Letras, João Guimarães Rosa, que tinha sido indicado para o prêmio Nobel de Literatura, teve um ataque cardíaco. Não resistiu. Mas, como ele mencionou em seu discurso, “as pessoas não morrem. Ficam encantadas”.
Guimarães Rosa ficou encantado aos 58 anos. E no próximo dia 27 de junho são comemorados 113 anos de seu nascimento. No depoimento, o escritor continua:
“O mundo é mágico.”
E nesse contexto que vivemos hoje, onde a pandemia não cansa de encantar pessoas, sigo aqui, agradecendo a vida e respirando fundo enquanto o ar me alcança.
Não temas a morte, viva a vida!
Não perca tempo com as suas lamentações, a vida não espera a sua dor passar, ela passa enquanto você se dói com as pequenas coisas.
Ame viver, seja feliz, aproveite a presença das pessoas que você ama antes que o encanto se faça e a morte as venha buscar.
Nada dura para sempre, pena de quem acredita que pode esperar, que terá tempo para dizer EU TE AMO quando tudo isso passar.
Só o que vai passar é a vida, não espere o amanhã chegar porque você nunca terá como ter essa certeza.
*TEXTO IARA FONSECA com informações USP.
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