As pessoas têm dificuldade em lidar com ausências: de pessoas queridas que já não estão mais neste plano, de pessoas que estão na presença física, mas não estão de fato, de pessoas que foram muito presentes, e por motivos diversos estão ausentes.
Eu não tenho esta dificuldade. Sou praticamente especialista, talvez até PhD, em ausências. Elas não significam nenhum empecilho ou desgaste, não me causam nenhum tipo de desconforto, ao contrário, penso que, hoje, depois de tantas experiências com elas, consiga ter uma relação muito cordial e tranquila.
Até me inspiram… aprendi a usá-las a meu favor. Remetem-me à minha própria presença, e favorecem o encontro poético com a solitude, que hoje preenche todos os espaços.
Existe, sim, presenças impactantes, desconcertantes, presenças fortes, que chegam chegando, balançando estruturas, que incitam questionamentos sobre o sentido de tudo.
Essas presenças fortes, inconfundíveis, que não pedem licença para se transformarem em algo especial e importante em nossa vida. Preenchem, Invadem de forma profunda e nos conquistam completamente… e fazem questão de ficar.
Então, repensamos tudo, saindo de nossa zona de conforto.
Estas presenças deliciosas, ainda me surpreendem, ainda me desconcertam e me confundem um pouco, de forma positiva.
Também me ajudam a compreender o real sentido da presença, do estar.