A Budweiser sentiu o mercado e quis se redimir dos anos de machismo impregnados em suas propagandas, recriando anúncios de 1950 a 1962, para mostrar que esse tipo de discurso já ficou para trás.
Se a publicidade mudou ao longo dos tempos, a situação sexista que ocorria à décadas atrás também mudou.
O sexismo contido nas publicidades da época deu lugar para um conceito de igualdade e a uma mudança de paradigma.
Chamadas e imagens com mulheres servindo seus maridos, em momentos de submissão eram comuns e aceitas socialmente, como normais. Não só a Budweiser, mas todas as maiores marcas se utilizaram do artifício machista em suas campanhas publicitárias.
De uns anos pra cá, o que vemos é um abuso da imagem da mulher como se ela fosse uma propriedade a ser vendida, exposta, impondo que uma mulher desperte o desejo sexual de um homem. Essas campanhas eram totalmente focadas em um publico que também enxergava, e ainda enxerga (uns um pouco, outros muito) as mulheres como objetos sexuais.
Já havia acontecido uma mudança então, a mulher passou de submissa para objeto de desejo. Inclusive as próprias mulheres que consumiam e consomem, sentiam uma pressão, um misto de “quero ser igual a ela” ou “tenho que ser igual ela”, ou “odeio ter que ser igual ela”. Impossível não se afetar. Não julguem!
Mas depois dessa campanha da Bud as coisas parecem um pouco diferentes, ou muito, as mulheres tomaram grande parte do mercado cervejeiro, e representam uma fatia muito significativa de consumidores.
A mudança do costume machista que se impregnou historicamente e perdurou nas últimas décadas representa um olhar mais igualitário, resultado de ações como as da #SeeHer que exigem da publicidade retratos iguais, precisos e positivos das mulheres em relação aos homens, e são os grandes parceiros da Bud nessa ação.
A campanha foi lançada no dia das mulheres, resultado dessa parceria, e será sempre lembrada, pois se tornou muito significativa já que marca o fim de uma atitude sexista das industrias cervejeiras. As ilustrações mostram claramente a mudança que ocorreu de 60 anos pra cá.
Artistas como Heather Landis, Nicole Evans e Dena Cooper representaram a igualdade e independência das mulheres em suas recriações baseadas em ilustrações de 1956, 1958 e 1962.
Nesse anuncio a cima, por exemplo, a mulher era retratada como uma recatada donzela que espera ansiosamente o marido retornar de viagem para se casarem. Enquanto que a nova versão, mostra a mulher com um look casual se reunindo com as amigas para tomar umas.
Nessa, o marido está tomando a sua deliciosa cerveja, servida pela sua maravilhosa mulher, mostrando a submissão clara que existia naquela época. Enquanto a ilustração de hoje em dia, a mulher está só querendo passar um tempo consigo mesma.
Todas são muito boas, mas essa retrata tão bem os dias atuais! Antes, a mulher servindo, como sempre, e agora, a mulher sentada ao lado, tomando junto, e comendo uma pizza! Nada mais de cozinha e avental minha gente rs. Nada contra a mulher que gosta de ser vista e tratada assim, mas convenhamos, melhor fazer por amor, porque gosta, do que por imposição social, não é mesmo?
Sensacional, não?
Demorou para que se quebrassem esse estigma da mulher escravizada e subjugada, mas essa mudança deve ser mantida também entre 4 paredes. Não acham?
As ilustrações foram publicadas em jornais como New York Times, Chicago Tribune e The LA Times.