Com o avanço da Inteligência Artificial, Papa reflete sobre o que nos torna humanos!

Texto traduzido e adaptado de I.Media – por Isabella H. de Carvalho

O Papa Francisco encorajou os membros da Pontifícia Academia para a Vida que estão em Roma para a sua assembleia geral sobre o sentido da vida humana e do progresso.

“Compreender o que qualifica um ser humano” é uma questão “da maior importância”, disse o Papa Francisco aos membros da Pontifícia Academia para a Vida no dia 12 de fevereiro de 2024, que estão reunidos em Roma até 13 de fevereiro para a sua Assembleia Geral.

Intitulada “Humano: significados e desafios”, a assembleia centra-se em qual é a essência da humanidade e como trabalhar para o bem comum em meio a rápidos desenvolvimentos tecnológicos, como a inteligência artificial.

O que significa ser humano “é uma questão antiga e sempre nova, que os incríveis recursos possíveis através das novas tecnologias estão repropondo de uma forma ainda mais complexa”, disse o Papa.

No seu discurso, o Pontífice encorajou os académicos a lutarem contra a “hegemonia tecnocrática” e “a tendência para um pensamento unidirecional”, ao mesmo tempo que pesquisam com uma “liberdade de espírito”.

Progresso humano e máquinas

O Papa destacou que os acadêmicos nos ajudam a compreender que “não é possível ser a priori ‘a favor’ ou ‘contra’ as máquinas e as tecnologias”. Ele enfatizou, de fato, que não existe uma “distinção clara entre processos naturais e artificiais, considerando os primeiros como autenticamente humanos e os últimos como estranhos ou mesmo contrários ao humano”.

Em vez disso, o Papa apelou à sociedade para colocar o “conhecimento científico e tecnológico” num “horizonte mais amplo de significado”, a fim de combater a “hegemonia tecnocrática”.

O Papa também explicou como “as capacidades crescentes da ciência e da tecnologia levam os seres humanos a sentirem-se protagonistas de um ato criativo semelhante ao divino”, referindo-se, por exemplo, à forma como as máquinas podem imitar a linguagem.

Francisco alertou o seu público contra a “tentação insidiosa” de acreditar que o homem tem “o poder […] de infundir o espírito na matéria inanimada”.

Humanidade desfigurada

Ele também criticou “a tentativa de reproduzir os humanos através dos meios e da lógica da tecnologia”, dizendo que esta abordagem reduz e nivela os seres humanos a uma linguagem digital facilmente codificada.

O Papa ainda apelou para que o ser humano não fosse “desfigurado”, pois deveria haver “uma cultura que, integrando os recursos da ciência e da tecnologia, seja capaz de reconhecer e promover o humano na sua especificidade irrepetível”.

Isto inclui “a esfera do pathos e da emoção, do desejo e da intencionalidade, que só um ser humano pode reconhecer”, em oposição a uma máquina, explicou.

Por último, o Papa encorajou os académicos presentes a terem um “estilo de investigação exigente” marcado pela “atenção e liberdade de espírito, abertura para se aventurar por caminhos inexplorados e desconhecidos, libertando-se de todos os ‘ismos de retrocesso’ estéreis”.

“Para aqueles que se envolvem em uma renovação séria e evangélica do pensamento, é imperativo questionar até mesmo opiniões e suposições adquiridas que não foram examinadas criticamente”.

O objetivo da assembleia geral
“Esta conferência é dedicada a promover a corresponsabilidade para que estas novas tecnologias emergentes e convergentes sejam impulsionadas pelo homem para o bem comum, e não, por exemplo, para promover novas injustiças”, disse Dom Vincenzo Paglia , Presidente da Pontifícia Academia para a Vida. , disse Aleteia em conferência de imprensa no Vaticano de apresentação da assembleia geral.

“A Igreja, precisamente porque tem no seu ADN […] ser sinal e instrumento da unidade da humanidade, […] sente que é seu dever evitar que a humanidade seja prejudicada pelos mecanismos tecnológicos”, explicou.

Na coletiva de imprensa, Dom Paglia também foi acompanhado por dois acadêmicos que discursaram durante a assembleia geral: o primeiro é um membro da Academia Pontifícia, a economista Mariana Mazzucato, que falou sobre “governar a economia para o bem comum”, e o o segundo é o físico Jim Al-Khalili, que falou sobre ciência e IA.

Durante a conferência de imprensa, Dom Paglia destacou que a Academia não é um “dicastério de doutrina” e não produz textos magisteriais. Em vez disso, explicou que é chamado a dialogar, debater e aprofundar assuntos, com “cientistas de diferentes culturas e disciplinas”.

*DA REDAÇÃO RH. Com informações Aleteia.

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