As constantes mudanças ocorridas no modo de vida e no cenário de trabalho deixam nosso ambiente dinâmico e instável, exigindo cada vez mais estratégias e competências para enfrentarmos as transformações e adversidades.
Nesse contexto insere-se a resiliência, competência bastante valorizada nos Estados Unidos e na Europa que ganha força no Brasil, sendo considerada fundamental para o desenvolvimento e a manutenção dos profissionais nas organizações pois os altos níveis de cobrança por resultados e a competitividade justificam sua presença.
Resiliência é uma definição da física para descrever a capacidade de um corpo voltar ao seu estado original após sofrer um choque ou deformação. Utilizamos esse termo para mostrar a capacidade de alguém em lidar com os obstáculos, adversidades ou resistir à pressão diante das situações problemáticas e conflituosas e rapidamente voltar ao seu estado natural diante dessas condições críticas e fora do comum. É a capacidade de superação.
É o caso de um comerciante que ao detectar queda nas vendas, procura alternativas, como exemplo, atender os clientes nas próprias casas, fazer demonstração dos seus produtos para uma venda futura etc, enquanto outros choram e se lamentam por não vender quase nada. Esse caso exemplifica a resiliência: ambos são afetados pelos mesmos acontecimentos, mas o primeiro procura uma saída criativa e rápida para os problemas enquanto que os últimos se abatem mais, têm dificuldades em enfrentar a adversidade e resgatar um estado saudável.
Os profissionais resilientes geram produtividade e impulsionam ainda mais a organização pois enquanto outros estão desmotivados e desesperançosos, eles buscam alternativas para superar os problemas. Trabalham sob pressão, respondem rapidamente às condições negativas, demonstram criatividade, encontram soluções mesmo com poucos recursos, além de manterem a integridade e a alta performance em situações difíceis. Além disso, enxergam a realidade com otimismo, veem as mudanças como necessárias, sentem-se aptos a enfrentar a crise, possuem senso de humor, têm equilíbrio emocional, são focados e proativos.
Algumas pessoas são mais resilientes, outras menos, mas todos podemos adquirir ou melhorar essa competência. Para desenvolvê-la é preciso dar o melhor de si, “pensar fora da caixa”, encontrar formas diferenciadas para solução e enfrentamento das adversidades, transformando-as em aprendizado. Conhecer a dimensão do problema, ter informações objetivas e específicas para resolvê-lo são condições necessárias para sermos resilientes.
Essa competência é conquistada também por meio de visão do futuro com foco na positividade, ter um propósito e significado, ter esperança. Pessoas e empresas que trabalham somente no curto prazo, para pagar as contas de hoje, ou no máximo, do próximo mês, não têm perspectivas nem objetivos definidos, não conseguem observar o campo do futuro e ver nele oportunidades reais.
Como escreveu Carl Jung, podemos superar obstáculos e suportar as mais incríveis provações se estivermos convencidos de que fazem sentido.
Em tempos normais ou de crise, o profissional resiliente é protagonista e diretor da sua própria história, é aquele que luta pelo direito da sua decisão de escolha, de como vai interpretar as situações da vida, assim como escolhe o que fará a respeito.
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