Primeiro de janeiro. Um dia de recomeços e novos inícios. Um dia que juramos comer mais vegetais, usar mesmo a nossa academia e tentar, mais uma vez, perder aqueles quilinhos extras.
Geralmente ao olharmos para o novo ano nos concentramos em maneiras de sermos “melhores” – resolvemos fazer mais do que nos faz bem e menos do que nos faz mal. Para que (pelo menos na maioria das vezes) façamos sempre o nosso melhor.
Para vários de nós encontrar maneiras de ter um casamento mais satisfatório é uma das prioridades na nossa lista.
Mas, em nossa pressa de melhorar, ignoramos este fato fundamental: o que, muitas vezes, torna um casamento desafiador são coisas que não são fáceis de mudar. São coisas que têm mais a ver sobre quem nós somos e o que valorizamos. Coisas que, infelizmente, podem nos deixar totalmente malucos.
Tal como a necessidade de um cônjuge por ordem ou solidão ou até mesmo de um chamado à aventura. A tendência para postergar ou fazer várias coisas ao mesmo tempo e até uma propensão a perder as chaves entra em questão.
Este ano, em vez de listar suas metas de mudança, por que você não se compromete a não mudar absolutamente nada?
Não, eu não estou sugerindo que você vive em condições deploráveis com seu cônjuge grosseiro que a ignora e manda você dormir no sofá. E eu não estou dizendo que você não pode também, por exemplo, fazer planos e programar sair do escritório às 18:30 ou aprender a perdoar.
Eu sugiro que você se comprometa a fazer as pazes com o seu cônjuge do jeito que ele ou ela é.
E isso inclui sua bagunça, rabugice, chatice. Seus sapatos deixados em qualquer lugar. Sua procrastinação. Suas piadas terríveis.
Acha isso impossível?
Eu prometo que não é.
Se você estiver pronto para um desafio, sugiro que você comece aqui:
1. Faça um balanço do que é bom.
Há uma grande quantidade de pesquisas que comprovam o valor da gratidão. O mesmo vale em relação a prestar atenção aos aspectos da vida que são satisfatórios e bons. Se você quiser ter qualquer esperança de se reconciliar com sua realidade é crucial que você se concentre no que lhe agrada, o que faz você sorrir, o que deixa você contente por ter escolhido a pessoa que você escolheu.
2. Defina bem as suas queixas.
Não vou ter como discutir se você me disser que seu esposo é irritante. Cada um de nós, à nossa maneira, pode ser extremamente irritante.
Ainda assim, certas coisas que nós juramos que não conseguiríamos conviver – como a correspondência espalhada no balcão da cozinha, migalhas de biscoito na cama; ou pior, um cônjuge que nunca pede desculpas ou insiste que está sempre certo – são coisas que, muito provavelmente, temos suportado por anos.
Você acha que eles são um agravante?
Provavelmente não.
A menos que você esteja planejando seu divórcio em 2015, é melhor você não ficar forçando a barra.
3. Aterrisse.
Grande parte da infelicidade surge da fantasia “a grama do vizinho é sempre mais verde…” – a partir da idealização do cônjuge perfeito ou do casamento perfeito que presumimos que os outros têm.
Acha que há alguma pessoa impecável por aí esperando por você? Acha que ele ou ela irá graciosamente fazer vista grossa a todas as suas manias?
Há muito a ser dito sobre amar e ser amado, com verrugas e tudo.
4. Descubra novos mundos.
Quanto mais cedo você aprender a tolerar e aceitar que você e seu parceiro não são uma e a mesma coisa, mais feliz você será.
Acha que seu caminho é o único caminho? Eu garanto que não.
Todos nós temos nosso jeito de fazer as coisas. Sair da sua zona de conforto vai torná-lo mais flexível (e muito menos egocêntrico) – sendo que ambas são coisas boas!
5. Encare o lado imprevisível das coisas.
Muito do que acontece na vida foge do nosso controle. A política, o clima – e como nosso parceiro se comporta.
Aprender a aceitar isso não é tarefa fácil.
Enquanto nós temos escolhas sobre o que fazer, nossa habilidade em mudar ou controlar alguém é nula.
Acho que já é um desafio bem grande mudar as coisas dentro de mim, imagina então desperdiçar minha energia tentando mudar outras pessoas.
Podemos surtar e fazer um show, ou podemos deixar rolar.
6. Rir.
Dadas as alternativas – arrancar seus cabelos – esta é a mais lógica, se você realmente conseguir fazer isso.
Rir sobre as coisas que não podemos mudar, cria espaço e perspectiva. Reconheça o absurdo inerente no casamento.
Trata-se, creio eu, do ato final de aceitação.
7. Abra seus braços.
Quando se trata de felicidade conjugal a generosidade ganha da mesquinhez, sem sombras de dúvidas.
Aprender a amar e aceitar a outra pessoa, como ele ou ela é, dá mais certo quando você se concentra em ser o mais gentil e compassivo que você pode ser.
Quando nós retemos amor e carinho, roubamos isso do nosso cônjuge e do nosso casamento – e, consequentemente, de nós mesmos.
A generosidade diz eu sei que você é imperfeito e eu amo você mesmo assim. Diz eu estou disposto a perdoar seus defeitos apesar de reconhecer que são um desafio.
Embora não haja nenhuma garantia em um ambiente de gentileza existem grandes chances de que teremos nossos defeitos perdoados também.