Muito se ouve falar sobre não “correr atrás” da pessoa por quem estamos interessados, para não fazer com que ela se ache irresistível e nos desvalorize.
É fato que o ser humano tem, em sua essência, um orgulho que aumenta a cada aplauso que recebe. Difícil encontrar quem fique imune à sensação de prazer que o sucesso traz. Uns se tornam, até mesmo, insuportáveis.
Mas será que em um relacionamento afetivo isso procede?
Sim e não.
Procede quando o outro não está tão a fim de nós quanto pensamos ou desejamos, ou seja, quando o sentimento não é recíproco.
Quando há amor, não há orgulho que possa tomar o coração de alguém. O amor verdadeiro é sublime e não fica cheio de si.
Todos nós, quando amamos, temos receio de perder o ser amado, seja para outra pessoa, seja para a vida ou seja para a morte.
Isso não é insegurança. Isso é amor. É não querer que haja afastamento. Só isso. Insegurança é outra coisa. Insegurança envolve desespero, carência, medo ilógico e ciúme.
O receio da perda do ser amado é suave. É algo que nem percebemos, se não prestarmos atenção. É quando nos damos conta de que queremos aquela pessoa de verdade. Nesse caso, não interfere em nada se não “corrermos atrás”. Na verdade, pode até causar no outro uma sensação de que não nos importamos muito com ele.
“Correr atrás” só nos desvaloriza quando queremos alguém que não nos quer. Quando estamos na fase da conquista ou quando o outro já demonstrou que não está ligado a nós.
Se não sabemos em que nível a relação se encontra, o mais seguro é controlar a procura. Nem tanto pela questão de se valorizar ou não, mas para que não nos decepcionemos com o outro, a ponto de nem mantermos a amizade ou de nos sentirmos rejeitados, pois sensação de rejeição vem de uma busca infrutífera. Ela ocorre toda vez que o que queremos e procuramos nos ignora. Não queremos isso para a nossa vida, não é mesmo?
O melhor a fazer, quando não se sabe exatamente o que o outro quer de nós, é procurar pouco e ignorar um pouco e “meio”. Sem “corridas atrás”, ok?