É difícil aceitar que as vezes, nas relações que travamos, nós também erramos, e muito. Se tem uma coisa que aprendi cedo é que, para muitas pessoas, é muito mais fácil culpar os outros do que assumir a responsabilidade sobre os próprios atos.
“Minha amiga se afastou porque tem inveja de mim.”
“Meu namoro acabou porque ele não prestava”.
“Perdi o emprego porque o patrão não me valorizava”.
“Não falo com meus familiares porque eles não prestam”.
“Meu vizinho não gosta de mim porque ele é insuportável”.
Você não faz ideia de quantas vezes por dia eu ouço isso. E, muitas vezes, é verdade. Mas, nas outras, o problema é a pessoa.
É prazeroso estar ao seu lado?
As pessoas te respeitam ou tem medo de você?
Como você trata as pessoas?
Você pede ou exige coisas?
O que você oferece em troca?
Recentemente passei por uma situação que me fez pensar muito. Uma conhecida estava me pressionando para dedicar tempo e atenção a ela.
Fazia isso tantas vezes que eu comecei a sentir culpa por não ter tempo ou vontade de fazer certos programas que não gosto com ela.
Quando me dei conta do que estava fazendo, fui clara e enfática. Deixei claro como estava me sentindo.
A pessoa, claro, tentou inverter a situação: “não é bem assim”, “isso é porque gosto de você”, etc. Uma visível manipulação.
Quando me encontrou conversando com uma grande amiga, deu um escândalo: “a mim você não visita”; “comigo você não faz isso”; etc.
Fiquei extremamente constrangida e deixei claro o quanto me senti triste e magoada com aquela situação. E, adivinha? A culpa, segundo a pessoa, ainda era minha:
“está magoada porque sabe que é verdade”; “eu fiz isso de brincadeira”; “essa é a forma que lido com minhas amigas”; “você quem não entende”. Parece familiar?
Só quem já viveu ou vive um relacionamento abusivo pode compreender como essa situação é complicada e triste. Amizade, namoro, casamento, trabalho, família… Tem pessoas tóxicas em todo lugar.
O manipulador quer que você sinta culpa e responsabilidade pelas ações dele. Na cabeça da pessoa carente, é a sua obrigação suprir as necessidades dele de amor, felicidade, companhia e etc.
Eles minimizam as coisas ruins que fazem com você, invertem o jogo e, na maioria das vezes, sempre conseguem o que querem.
“Eu te agredi por sua causa”
“Eu fiz isso porque amo você”
“Você me obriga a tomar decisões drásticas”
“Estou triste por sua culpa”
“Me sinto sozinho porque você não me dá atenção!”
“Te ligo 15 vezes ao dia porque te amo”
“Olho seu celular e leio as conversas pelo bem da nossa relação”.
“Eu menti porque você me obrigou!”
Reconhece estas afirmações? Usa-as com, frequência? Então, o toxico é você!
Entenda que, quando uma pessoa faz algo por obrigação e não por prazer, todo o resto tende a dar errado. E ninguém consegue passar a vida negando sua essência.
Uma hora, a pessoa vai se sentir sufocada, amedrontada, se cansar e se afastar dessa relação. (Ou pelo menos deveria ser assim).
Você provavelmente está causando danos psicológicos e emocionais no outro sem nem perceber. Fazendo o outro se sentir menor, culpado, triste. E isso, definitivamente, não é amor!
Como deixar de ser toxico
Quando você se ama, se conhece, confia em si mesmo e no próprio potencial, entende o que merece.
Você compreende que a essência do amor é a liberdade, o respeito e a confiança.
Percebe que é impossível e desnecessário controlar os sentimentos e ações dos outros.
Entende que as coisas mais valiosas que os outros podem dar a você são dadas por livre e espontânea vontade e não por medo ou pressão. O que é dado por obrigação não compensa!
Ame-se tanto que o mundo não terá outra alternativa que não seja te amar também. Respeite-se tanto que ninguém ousará desrespeitar você. Aprecie sua própria companhia, e todos a apreciarão também.
Compreenda o seu espaço e a sua liberdade e todas as suas relações irão fluir da melhor forma possível.
Não dê ao outro o poder da sua felicidade.
Você deve ser o protagonista da sua própria vida!
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