Há quem diga que tem o “dedo podre”, pois sempre acaba dando moral pra quem não presta!
Todo mundo sabe que ele não presta, até a própria pessoa que dá corda, inconscientemente sabe, mas algumas pessoas sentem uma forte atração por àqueles que revelam ter um mal caráter, ou simplesmente, não dão ouvidos quando são alertadas que aquela ou uma outra pessoa que se relacionam “não prestam”.
Realmente, uma pessoa que “não presta”, pode ter um certo charme. O peso do mal que ela é capaz de fazer contra uma outra pessoa, por incrível que pareça, pode excitar quem também, possui uma índole duvidosa, ou apenas, se sente atraído por poder, status, e dinheiro.
A questão entorno daquele que “não presta” é o mistério.
Todo mistério acende a chama da descoberta, do desvendar. E independente da forma como essa pessoa se coloca no mundo, se ela trai, se ela engana, se ela finge, ela consegue criar um interesse nos outros e chamar a atenção mesmo que de forma negativa.
Geralmente quem “não presta” sabe que não presta, e gosta de ser quem é. De fato, revela uma forte autoestima, e uma enorme disposição para a autopreservação.
Estudos sugerem que existe um componente genético que predispõe o desenvolvimento para o narcisismo e para a psicopatia, enquanto o maquiavelismo parece ser mais influenciado pelo ambiente.
Neste mesmo estudo descobriram ainda que, indivíduos com hábitos noturnos tendem a apresentar mais características ligadas à maldade. Isso pode ter a ver com a evolução onde as pessoas mais obscuras buscavam a noite para fazerem suas atrocidades, assim como roubar.
O sadismo embutido está ligado ao narcisismo, portanto, dar moral a uma pessoa que sabidamente não presta, revela que inconscientemente gostamos do que vemos no outro, possivelmente, também possuímos em nós, ou gostaríamos de possuir as mesmas características.
Pode ser que, quem se alia àquele que “não presta”, deseje ser como ele, mas não tem coragem o suficiente para fazer tudo o que ele faz. Portanto, acaba se realizando observando a sua maldade no outro.
Pode parecer incompreensível, mas as nossas emoções muitas vezes são! Por isso, a busca pelo autoconhecimento é tão importante.
Se conhecer a fundo poderá te tirar de várias ciladas emocionais.
Quem é visto como aquele que “não presta” dentro de um relacionamento, geralmente é chamado de “cafajeste”, ou “vagabunda”, existem muitas denominações para aqueles que não são verdadeiros, que traem, que escondem os fatos, que agem na “surdina”, porém, eles possuem grande habilidade em manipular o outro a seu favor.
De fato, a maioria daqueles que “não prestam” e que vivem rodeados de homens e mulheres que os bajulam, possuem uma personalidade narcisista e conseguem angariar seus muitos seguidores por valorizar a aparência e se sobressair com uma postura imperial, que o coloca acima do bem e do mal.
Esse capital estético e a lábia de sedutor gera “amor” e “ódio” em quem convive com ele.
O amor expresso pelas pessoas que o circundam é mais uma devoção, uma adoração, um respeito imposto pelo medo. E o ódio que ele gera nas pessoas é uma sensação de revolta e impunidade, pois ao fazer valer suas vontades, acaba passando por cima de Deus e todo mundo!
O dedo podre
Há quem diga que tem “o dedo podre”, pois sempre acaba dando moral e se relacionando com pessoas que “não prestam”. Dentre tantos homens e mulheres que existem no mundo, acabam sempre se relacionando com o traidor, impostor, ou mal caráter.
Por que isso acontece?
Devemos pensar que o que nos atrai no outro são as qualidades que acreditamos que ainda não temos e gostaríamos de ter, ou tudo que temos em comum.
Pensando nisso, podemos analisar que se você só se relaciona com pessoas que “aparentemente” “não prestam”, você está buscando algo que você não tem e quer ter, ou algo que você se identifica.
Por tanto, paremos de nos vitimizar, e principalmente, paremos de buscar no outro o que não temos, ou um espelho do que somos.
Sejamos completos para encontrarmos outro ser igualmente completo.
Mas principalmente, paremos de dar moral a quem “não presta”.
Imagem: Jeremy Meeks/Divulgação/Meramente ilustrativa
*texto de Fabiano de Abreu – Doutor e Mestre em Psicologia da Saúde pela Université Libre des Sciences de l’Homme de Paris; Doutor e Mestre em Ciências da Saúde na área de Psicologia e Neurociência pela Emil Brunner World University;Mestre em psicanálise pelo Instituto e Faculdade Gaio,Unesco; Pós-Graduação em Neuropsicologia pela Cognos de Portugal;Três Pós-Graduações em neurociência,cognitiva, infantil, aprendizagem pela Faveni; Especialização em propriedade elétrica dos Neurônios em Harvard;Especialista em Nutrição Clínica pela TrainingHouse de Portugal.Neurocientista, Neuropsicólogo,Psicólogo,Psicanalista, Jornalista e Filósofo integrante da SPN – Sociedade Portuguesa de Neurociências – 814, da SBNEC – Sociedade Brasileira de Neurociências e Comportamento – 6028488 e da FENS – Federation of European Neuroscience Societies-PT30079.
E-mail: deabreu.fabiano@gmail.com
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