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“Dei uma filha para a adoção, e agora ela quer me conhecer. Mas não sei se quero!”, escreveu a mãe.

Uma usuária do perfil Reddit publicou um desabafo que deixou muitas pessoas impactadas com a sua honestidade, mas também gerou desconforto e polêmicas. Quando tinha apenas 15 anos ela engravidou, mas deu a filha para adoção e agora, depois de 16 anos, a filha a encontrou no facebook e quer conhecê-la, mas ela não sabe se quer essa aproximação.

Em um desabafo, ela pede ajuda para quem puder dar um conselho, pois ela não sabe o que fazer diante dessa situação.

Segundo ela, colocar a filha para a adoção foi a melhor escolha na época, mas agora, ela está enfrentando crises de ansiedade depois de receber a mensagem da mãe adotiva da sua filha biológica.

Leia o que ela escreveu na íntegra:

“Isso é um desabafo anônimo, entrei no Reddit a um tempo atrás, mas agora estou passando por uma das situações mais difíceis da minha vida, e sinto que vou desabar em algum momento, só preciso falar sobre isso, então por favor não me xinguem, só estou sobrecarregada e preciso falar”, escreveu de forma anônima.

“Quando eu tinha 15 anos, engravidei de um namoradinho que eu tinha, eu descobri com dois meses e ele sumiu quando eu contei, fiquei desesperada e escondi por mais dois meses, até que contei para os meus pais, nunca me esqueço da decepção que eles ficaram, me tratam mal durante toda a gravidez, me massacraram, assim como quase todos que eu conhecia, e eu sei que merecia aquilo, eu me senti sozinha o tempo todo durante a gravidez.

Então um dia eu estava com sete meses de gravidez na casa da minha avó (que era a única pessoa da família que me apoiou de verdade), ela morava em um sítio, fui passar o final de semana ela, eu comecei a sentir muita dor no pé da barriga de madrugada, só que eu fiquei com vergonha de falar para a minha avó e aguentei por umas 15 horas, até que a dor ficou insuportável e tivemos que ir para o hospital, só que estávamos no sítio, não estavam com os meus documentos todos, e nem com as malas de maternidade, (que inclusive nem estavam prontas e eu nem tinha comprado tudo), então foi 3 horas do sítio para minha casa, tivemos que chamar meus pais e meus irmãos, e mais 2 horas até o hospital bom da nossa cidade, enquanto isso no carro eu já estava sentindo a cabeça do neném, eu cheguei no hospital achando que eu teria a bebê na recepção, por que sempre demora para sermos atendidos, mas foi bem rápido sai do carro e já fui direto para a sala de parto, e com menos de 30 minutos no hospital nasceu a bebê, no dia 03/02/07, um sábado, as 23:27 da noite, não lembro mais o peso, mas estava com 32 centímetros, ela nasceu sem chorar, eu tava tão desesperada, ela nasceu e eu nem pude segurar ela!

Vou poupar de muitos mais detalhes, por que essa história é muito grande, eu tive que ou morar no hospital ou ir todos os dias, ser mãe nutriz ou lactante, meus pais acharam melhor eu ir morara lá, e eles me deixaram sozinha, iam me visitar três vezes na semana, levar coisas e buscar minhas roupas sujas! Logo depois que ela nasceu foi diagnosticada com uma doença chamada estenose no estômago, e com 26 dias de vida ela teve que ser operarada, a recuperação foi difícil, e ela ficou com uma cicatriz enorme na barriguinha, era tão grande que passava por toda a barriga!

Eu estava muito sozinha, tive que dividir o quarto com outras mães, eu era a mais nova, elas me ajudaram muito mas não era o suficiente, recebi umas visitas, inclusive da mãe do pai biológico da bebê!

Eu sabia que nunca conseguiria cuidar dela sozinha, e queria que ela tivesse as melhores coisas possíveis, coisas que nunca poderia proporcionar a ela, e um dia uma enfermeira chegou em mim, nos meus pais e disse que a prima dela e o marido não podiam ter filhos, e perguntou se eu não queria dar a bebê para eles, ela falou conosco, eles são donos de algumas lojas de construções e tem muito dinheiro e querem muito a bebê, meus pais falaram com esse casal e eles concordaram em adotar ela, fizeram lá os trâmites legais, eu conheci eles, são gente muito boa, quando a bebê estava quase ganhando alta, eu fui embora do hospital e a deixei com eles!

Recebi umas duas vezes há muitos anos fotos dela, ela é linda, tem olhos verdes, cabelo preto e bem encaracolado, ela é realmente muito parecida comigo, quando eu estava grávida não sabia o nome que daria a ela, e eu adorava a malhação de 2006 a 2007, aquela que tinha Manuela e o Cauã, então dei o nome dela de Manuela, mas os pais dela mudaram o nome dela.

Hoje em dia tenho 31 anos sou formada, trabalho, sou casada, e tenho uma filhinha de 4 anos, e planejamos ter mais um, não falo tanto com os meus pais me afastei muito deles, meu marido sabe de toda a história e me apoia. Mas antes de ontem recebi uma mensagem no chat do facebook, um textão da mãe da “Manuela” que hoje não se chama mais assim, ela disse que a “Manuela” queria me conhecer e conhecer o pai biológico dela, não moramos da mesma cidade, moramos no mesmo estado, umas duas horas de distância, ela também me enviou umas fotos da filha, ela é realmente parece muito comigo, até agora não respondi, não sei se quero encontrar com ela, tive diversas crises de ansiedade de ontem para hoje, meu marido disse que era para eu me encontrar com ela apenas se eu quisesse, mas sinto que devo isso a ela!

É apenas um desabafo anônimo! Se alguém tiver algum conselho construtivo, aceito!”, finalizou a mãe.

*DA REDAÇÃO RH. Foto de Liv Bruce na Unsplash

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