Confesso que, de quando em vez, eu me pego revendo fotos de um antigo amor. Dizem que os amores antigos são os melhores. Daí eu me pergunto: por que? Só porque não deram certo ou porque viraram um fantasma assombrando nossos dias atuais?
E, apesar de ainda ver essas fotos, eu digo a ele:
Fale a verdade! Muitas vezes nós mesmos queremos ser assombrados por um amor do passado porque, mesmo que ele não viva mais no seu presente, foi alguém que fez aquela diferença, que nos ensinou a amar e com a mesma força, sofrer, como nunca antes na vida!
Eu o busco de tão tola que sou, quando, na verdade, nem o quero! Mas, minha nossa senhora, porque diabos faço isso? (ok. Nossa Senhora e diabos na mesma frase pegou muito mal…)
Eu faço porque sou carente. Você faz porque também é carente. Acha que seu relacionamento atual não o balança tanto ou o deixa inseguro(a). E o que você faz? Corre para o passado e namora sonhos que não existem mais.
Eu busco, você busca. Lá não tem mais medo, não é? A gente conhece tudo, sabe como as coisas acontecem e como terminam.
A sensação que tenho é de que vivemos dentro de uma casa velha, daquelas horrorosas de filme de terror e cheia de fantasmas. Passamos noites e dias sem o mínimo de paz porque somos assombrados o tempo todo por vultos, batidas na porta, janelas se abrindo. Você até pensa em chamar um exorcista ou algo parecido, mas, você muda de ideia porque já se acostumou a viver com as sombras.
Então, um dia, alguém bate à sua porta e você abre. É uma pessoa simpática, cheia de boas intenções e promete até ajudar com o que o(a) assombra. Passa algumas noites com você e os fantasmas vão embora e essa pessoa o(a) convida para abandonar aquela casa e viver uma outra história ao seu lado. Você não aceita. Está acostumado(a) demais a viver assombrado(a) que nem saberia como recomeçar.
Mas é claro que o velho amor não o(a) deixará! Você não o deixa ir!
E tudo, meus amigos, que precisamos é aceitar que somos assombrados por uma velha história que não tem mais o que viver.
A partir desse momento, em que compreendermos que ele não tem mais lugar em sua nova casa, deixará que ele se vá, que viva outras histórias, que assombre outras casas, menos a sua.
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